Antes de gastar dinheiro em produtos que podem curá-lo de todas as maleitas, informe-se do que, afinal, podem mesmo fazer por si. Foi com esse objetivo que o The Guardian falou com um professor assistente da Universidade de Nottingham e porta-voz de uma associação dietética britânica. Duane Mellor alerta para o facto de não haver “provas científicas” de que certos alimentos cumpram com os “milagres” prometidos. E chama-lhe uma manobra de marketing.

“Muitos produtos vêm acompanhados de jargões científicos horríveis como ‘mantém a função cognitiva’ “, diz Mellor, acrescentando que as pessoas têm a tendência de ler como se fosse “muito importante para a saúde”.

O The Guardian deu como exemplo cinco produtos que são vendidos como verdadeiras curas para determinados problemas, mas que Duane Mellor desmistifica. E conclui: guarde o dinheiro.

1. Óleo de coco

É vendido pelos seus benefícios para a perda de peso, como regulador da glicose no sangue ou para a prevenção do Alzheimer. Mas nenhum destes benefícios foi de, facto, testado em humanos. No fundo, o que deve reter, é que o óleo de coco é uma gordura saturada. Duane Mellor diz que o melhor é consumir o óleo de coco só de vez em quando, em pratos tailandeses, por exemplo.

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2. Vinagre de cidra de maçã

Está ligado a uma longa lista de potenciais benefícios, tão longa que inclui vantagens para os mais variados tipos de problemas: digestivos, dores de garganta, colesterol alto, prevenção do cancro, caspa, acne, controlo de açúcar no sangue e, até, funciona como um energético. Mas, mais uma vez, nenhum destes benefícios está comprovado cientificamente. Muitos das investigações foram feitas em animais, usando células humanas. Duane Mellor diz, por seu turno, que é bom que o vinagre continue com um condimento da alimentação. Use-o para temperar saladas ou mesmo para dar sabor a molhos ou reduzir o sabor a sal. Não porque o vinagre em si possa ter benefícios, mas porque normalmente é acompanhado de comida saudável.

3. Mel de Manuka

O mel da Nova Zelândia é visto como o mel com capacidades curativas extraordinárias. Tal como outros tipos de mel, é composto por peróxido de oxigénio, que tem propriedades antibióticas. Também tem metilglioxal, um componente antibacteriano presente neste mel em maiores quantidades que noutros. Estudos sugerem que o mel de Manuka pode ajudar a aliviar sintomas de infeções, como a tosse, mas não está provado que tenha o mesmo efeito que um xarope. Duane Mellor alerta para o facto deste produto ter grandes quantidades de açúcar quando comparado com comprimidos feitos à base das mesmas substâncias ativas.

4. Spirulina

É uma microalga que dizem milagrosa para problemas no metabolismo ou no coração, porque controla a pressão do sangue e a diabetes. Também ajuda a problemas de ordem psicológica, como a ansiedade ou a depressão. Mas ainda não há provas científicas para tal. A spirulina é, no entanto, rica em nutrientes como o cálcio, potássio e magnésio. O professor Mellor diz que melhor que comprar suplementos à base desta microalga, é gastar o dinheiro em fruta e legumes.

5. Sementes de chia

São ricas em ómega 3, mas o corpo humano não absorve tanto ómega 3 das plantes como absorve, por exemplo, do peixe como o salmão. Mas para as pessoas que não comem peixe, estas sementes podem ser um bom substituto. A chia é ainda vendida como sendo rica em proteína e em fibra, ajudando a perder peso e a reduzir o apetite. Mas estes fatores ainda não estão provados. Mais uma vez, o professor Mellor diz que estas sementes quando usadas no pão até lhe dão um “sabor interessante”, mas pelo seu efeito a nível da textura e não pelos seus efeitos na saúde.