O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, considerou que o líder do PS, António Costa, faz “afirmações erradas” e “afunda-se um pouco mais” quando fala sobre fundos comunitários. “Acho que o Dr. António Costa, de cada vez que fala de fundos europeus, afunda-se um pouco mais”, afirmou Piares Maduro, ao ser confrontado pelos jornalistas com críticas que António Costa lhe fez esta quarta-feira, ao afirmar que o ministro “devia sair mais do gabinete” para conhecer a realidade do país.
O governante falava aos jornalistas à margem da apresentação do novo quadro comunitário de apoio, denominado Portugal 2020, realizada esta quarta-feira no Teatro de Faro, onde foi apupado à chegada por meia centena de residentes das ilhas da Ria Formosa abrangidos pela demolição de habitações. O secretário-geral do PS considerou esta quarta-feira que se Poiares Maduro conhecesse “a realidade do país onde está e não do país onde estudou e viveu, talvez os fundos comunitários estivessem a produzir efeitos já”, numa referência ao facto de, antes de assumir o cargo, o ministro ter passado profissionalmente pelos Estados Unidos, Itália ou Luxemburgo.
Poiares Maduro disse que António Costa “começou por dizer que Portugal tinha uma baixa execução e Portugal lidera a execução dos fundos na UE”, disse depois “que ainda não tinham aberto concursos no âmbito do Portugal 2020 e, na verdade, em alguns casos, já foram encerrados concursos”, um deles tendo como candidata proponente a própria Câmara de Lisboa. “E agora veio dizer que não viajo pelo país, quando na verdade eu estou permanentemente em contacto com o país, talvez o Dr. António Costa devesse falar com os autarcas do PS no interior do país, por exemplo nos 50 municípios, territórios de baixa densidade, que eu visitei”, acrescentou.
O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional criticou António Costa por ter feito referência à vida que Poiares Maduro teve noutros países antes de assumir a pasta no Governo liderado por Pedro Passos Coelho. “Acho que o facto de ter tido sucesso na minha carreira em termos internacionais não deve ser considerado um impedimento para eu poder exercer funções públicas em Portugal, pelo contrário, vim aqui para servir o meu país, com orgulho na carreira que tive, e entendo que não é minimamente apropriado que alguém venha excluir uma classe de portugueses do exercício de funções públicas”, defendeu Poiares Maduro.
O governante disse ainda que preferia ver António Costa a fazer “alguma contribuição” para a forma como os fundos do Portugal 2020 vão ser geridos e aplicados “em vez de fazer baixa política” e “afirmações erradas” relativamente à execução dos fundos comunitários. “Eu estou orgulhoso do trabalho que tenho feito nesta matéria, nas inúmeras visitas que tenho feito pelo país, em contacto com todos os territórios, como os autarcas de todo o país e os atores sociais e económicos em todo o país o podem confirmar”.