O rei de Espanha Felipe VI considerou esta quinta-feira que o projeto de integração europeia “tem ainda muito caminho que percorrer e uma imensa projeção”, apostando numa Europa “social e competitiva, desenvolvida com base na solidariedade”.
Felipe VI encerrou hoje a cerimónia de entrega das Medalhas de Ouro do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular 2015, no Teatro Rosalía Castro, na Corunha, em Espanha – onde também esteve presente o Presidente da República, Cavaco Silva – não tendo “dúvidas de que Espanha e Portugal são chamados a desempenhar um papel determinante no processo de construção europeia”.
“O projeto de integração europeia, que nos trouxe o maior período de paz no nosso velho continente, tem ainda muito caminho que percorrer e uma imensa projeção. Para avançar, para alcançar o maior desenvolvimento, para superar as crises devemos ser participantes de um grande projeto comum como aquele que a Europa representa, devemos acreditar nos seus objetivos e trabalhar para a sua melhoria continua”, defendeu.
Felipe VI disse contar “com a juventude mais formada da nossa história recente”, da qual precisam “para impulsionar Espanha e Portugal”, e que é a “maneira mais direta para fazer avançar a Europa”.
“Uma Europa social e competitiva, desenvolvida com base na solidariedade, na inovação e no desenvolvimento tecnológico. Uma Europa que garanta o trabalho, a paz e qualidade de vida aos seus cidadãos. Essa é a aposta em que todos acreditamos, o objetivo pelo qual juntos vamos continuar a trabalhar e o resultado que, também juntos, vamos conseguir”, defendeu.
Para o rei de Espanha, “a união está na base do progresso”, considerando que só juntos se consegue a força necessária “num mundo globalizado para defender solidariamente e com eficácia a nossa identidade e para conseguir um futuro de paz e prosperidade para nos nossos povos”.
“Também partilhamos um firme europeísmo que aqui se demonstra com iniciativas, com ações e atos concretos e positivos”, disse ainda.
O monarca não esqueceu que estava numa cerimónia com o chefe de Estado português e usou a língua de Camões para proferir uma parte do discurso, onde recuperou uma ideia defendida em julho de 2014, quando visitou Portugal pela primeira vez como rei: “Pela nossa condição ibérica comum afirmamo-nos e distinguimo-nos do resto da Europa e do mundo”.
“Os nossos desafios são semelhantes, tal como o é o nosso caráter, a nossa tenacidade e a nossa capacidade de lutar para seguir em frente. Mas, sobretudo, os nossos povos sentem um profundo e recíproco apreço”, disse ainda em português.