Beirute, 21 fev (Lusa) – Pelo menos 48 rebeldes e membros das suas famílias, incluindo 10 crianças, foram “executados” pelas forças do regime durante uma ofensiva na província de Aleppo, uma nova atrocidade do conflito que assola a Síria, informou hoje uma ONG.
Referindo-se a um “massacre”, o diretor do Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH), Rami Abdel-Rahman, disse à agência francesa AFP que 48 sírios, entre os quais 13 rebeldes, e os membros das suas famílias foram executados, na terça-feira, por balas na localidade de Rityane, invadida pelo exército.
Entre os civis, encontravam-se 10 crianças e cinco mulheres, de acordo com o OSDH, que especifica que as vítimas pertenciam a seis famílias.
A maioria das pessoas foi executada nas suas casas. “Os soldados e milicianos pró-regime sabiam exatamente onde eles viviam graças aos informantes que os acompanhavam”, disse Abdel Rahmane.
“Não houve nenhuma resistência, exceto numa casa onde um rebelde disparou contra os soldados antes de ser executado com a sua família”, acrescentou o responsável, explicando que estas informações se baseiam em relatos de moradores que voltaram para Rityane após a retirada das forças armadas, um dia após o ataque.
Um militante ativista da província de Aleppo Mateus Abu Omar disse que “as forças de Bashar al-Assad cometeram na terça-feira um massacre, entrando em casas em Rityane e matando famílias, crianças, mulheres, pessoas idosas”.
“Alguns foram mortos com facas, outros foram desfigurados”, relatou Mamoun Abu Omar.
Num vídeo transmitido esta semana por ativistas, e apresentado como tendo sido filmado em Rityane, pode ver-se corpos de homens cobertos com cobertores e um menino a chorar juntos deles.
A guerra civil na Síria dura há quatro anos e já fez mais de 210.000 morto e desalojou milhões de sírios.
As Nações Unidas (ONU) afirmaram na sexta-feira que os crimes de guerra aumentaram “exponencialmente” na Síria.
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