O Conselho Superior de Defesa deu parecer favorável à participação portuguesa na operação da União Europeia na República Centro-Africana, com oito militares, numa missão de um ano.

O Conselho, presidido pelo Chefe de Estado, Cavaco Silva, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, deu parecer favorável à proposta do Governo de “participação de oito militares, durante um ano, na operação da União Europeia na República Centro-Africana, para apoio às autoridades deste país e da gestão das suas forças armadas”, foi divulgado em comunicado.

Aquele órgão deu ainda parecer favorável à “participação adicional de um navio patrulha oceânico, no âmbito da missão no Golfo da Guiné, aprovada na anterior sessão do Conselho”.

Na reunião foi debatida a “situação das Forças Nacionais atualmente destacadas em diversos países da Europa, Médio Oriente e África, cumprindo missões de apoio à paz e de caráter humanitário, no âmbito da União Europeia, da ONU e da Aliança Atlântica”.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, tinha anunciado na segunda-feira que o Conselho Superior de Defesa Nacional iria analisar a possibilidade de as Forças Armadas Portuguesas participarem na missão da União Europeia na República Centro-Africana.

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A República Centro-Africana é palco de violências interreligiosas desde que o presidente François Bozizé foi afastado do poder, em março de 2013, por uma coligação predominantemente muçulmana, a Séléka.

Desde o início da intervenção francesa no país – a operação ‘Sangaris’ foi lançada em dezembro do mesmo ano -, a violência entre as milícias cristãs ‘antibalaka’ (antimachete, em língua sago) e a Séléka multiplicaram-se, levando a crise do golpe de Estado a uma “crise interreligiosa”.

Para além do Presidente da República, o Conselho Superior de Defesa é composto pelo primeiro-ministro, pelos titulares das pastas da Defesa, dos Negócios Estrangeiros, da Administração Interna, das Finanças, da Indústria e Energia e dos Transportes e Comunicações.

Têm também assento os quatro chefes militares das Forças Armadas, os representantes da República para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, os presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira, o presidente da Comissão Parlamentar de Defesa e dois deputados da Assembleia da República.