O ministro das Finanças da Alemanha diz que a falta de progresso no acordado com os credores está a aumentar a probabilidade de uma saída ‘acidental’ da Grécia da zona euro e que os credores não sabem se os governantes gregos estão a fazer alguma coisa.
Em mais um sinal da contínua deterioração das relações entre os dois países, Wolfgang Schäuble voltou a colocar achas na fogueira. Numa entrevista à televisão austríaca ORF, o governante diz claramente que não coloca de parte a possibilidade da Grécia de sair da zona euro, e coloca as culpas no Governo grego.
“Assim como a responsabilidade, a possibilidade de decidir o que acontece está nas mãos da Grécia, e porque não sabemos exatamente o que as pessoas que estão ao leme estão a fazer, não o podemos colocar de parte”, disse o governante alemão em resposta à possibilidade de uma saída ‘acidental’ da Grécia da zona euro.
A falta de acordo em relação às reformas que a Grécia tem de fazer para receber a última tranche do empréstimo internacional tem sido expressada de forma pública e cada vez mais aberta, em especial pelo ministro alemão.
Wolfgang Schäuble diz que sem cumprir as obrigações assumidas ao abrigo do programa, a Grécia não vai receber mais dinheiro do empréstimo internacional, e que o problema não pode ser resolvido usando outros como bodes-expiatórios. A Europa está disposta a ajudar a Grécia, mas a Grécia tem de se ajudar a si mesma, diz o ministro alemão.
O ministro das Finanças da Áustria, Hans Jörg Schelling, alinha na mesma narrativa. “O risco existe”, disse o governante num encontro em Viena com o seu homólogo alemão, citando as dificuldades nas negociações.
“Desde o momento que decidem entrar numa moeda comum, têm de assumir as suas responsabilidades e cumprir as regras”, disse.
O apoio à Grécia na Alemanha também parece estar a diminuir. Uma sondagem da televisão alemã ZDF dá conta de 52% dos inquiridos alemães a defender a saída da Grécia do euro. No mês passado eram apenas 41%.