O porta-voz do PSD, Marco António Costa, considerou hoje que António Costa está em “desespero” por não “conseguir afirmar-se” e acusou os socialistas de apenas se preocuparem com lugares, não apresentando “uma proposta concreta”. Quanto à sugestão do PS de alterar as regras para nomeação do governador do Banco de Portugal, o PSD diz que não é uma questão prioritária e que implica uma revisão da Constituição.
Para o vice-presidente do PSD, as propostas apresentadas pelo secretário-geral do PS nas Jornadas Parlamentares surgem como “um fait-divers”, ou seja, “como uma tentativa de desviar as atenções, porque o PS não tem propostas, não tem soluções, não consegue apresentar soluções sustentáveis”.
“Já é a segunda vez que adia a data de apresentação de um suposto programa eleitoral, agora para 06 de junho. Aguardaremos serenamente que esse programa eleitoral possa aparecer porque estamos todos muito ansiosos para saber o que o PS pensa sobre o futuro do país”, acrescentou.
Relativamente à proposta de nomeação do governador do Banco de Portugal pelo Presidente da República, Marco António considerou que “o que o PS está a propor é uma revisão constitucional, para poder incluir essa competência ao presidente da República”.
“O PSD está disponível para estudar com o PS qualquer proposta de revisão constitucional, não nos parece, contudo, adequado iniciar esse processo a poucos meses das eleições”, disse.
Ainda sobre a propostas de alteração das regras para nomeação do Banco de Portugal, disse Marco António que “esta questão da nomeação do governador do Banco de Portugal é uma questão que não é prioritária para o país, os portugueses estão preocupados com o emprego, com as questões de saúde e do desenvolvimento económico”, disse Marco António, numa declaração aos jornalistas no final do programa de formação política da JSD “Formar +”, que decorreu na Maia.
Nas Jornadas Parlamentares, o secretário-geral do PS defendeu a necessidade de alterar as regras para a nomeação do próximo governador. A ideia do socialista é que tanto a Assembleia da República como o Presidente da República tenham uma palavra a dizer na escolha do governador e não como agora em que a escolha é da exclusiva responsabilidade do Governo.
Além disso, António Costa defendeu a necessidade de se fazer um balanço sobre o trabalho da CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública), liderada por João Bilhim. O PS vai exigir um balanço das nomeações até agora feitas para cargos de direção superior da administração pública, alegando que, apesar dos concursos, os nomeados são sempre do PSD ou CDS.
Sobre esta questão, Marco António considerou que “o que está em causa é que o PS gosta mais do sistema em que as pessoas são escolhidas dentro da sede do largo do Rato, em que não há três nomes, nem verificação de currículos, há só exclusivamente a escolha com critérios pessoais e partidários”.
“É fundamental que se faça essa avaliação, mas o PS continua em volta de lugares, é o lugar do governador do Banco de Portugal é o lugar da Administração Pública. Quando é que o PS começa a dizer aos portugueses o que quer para o país?”, questionou.
O PS “vive obcecado com as nomeações e lugares, se um dia for governo terá a oportunidade de fazer aquilo que diz em baixa voz em todo o lado, que é repor o sistema da nomeação política e da confiança política e de nomeação partidárias. Mas até esse dia, que julgo ainda demorará alguns anos, o PS tem de apresentar propostas relativamente a situação económica e social do país e tem de deixar de andar obcecado com essas pequeninas coisas”, acusou Marco António Costa.