A hipótese de o ex-reitor da Universidade de Lisboa avançar para uma candidatura presidencial ganha cada vez mais peso, e os sinais de apoio do PS também. Na segunda-feira, em entrevista à RTP Informação, o presidente do Partido Socialista, voltou a traçar o perfil ideal do candidato presidencial, onde diz encaixar-se Sampaio da Nóvoa, e admitiu haver “vantagens” na candidatura de um independente.

“Creio existir vantagens no facto de a personalidade da área da esquerda democrática não sair de uma organização partidária”, disse Carlos César, enquanto recordava aquilo que considera ser o perfil indicado de um candidato presidencial que possa vir a ser apoiado pelo PS. As vantagens prendem-se com a ideia de que “é mais fácil congregar outros apoios” se o candidato não tiver vínculos partidários, assim como com o facto de esse candidato poder desempenhar com “maior independência” as suas funções no exercício do mandato presidencial.

A verdade é que Sampaio da Nóvoa está cada vez mais mergulhado na política nacional. No Congresso da Cidadania, organizado pela Associação 25 de abril no último fim de semana, o ex-reitor da Universidade de Lisboa foi um dos oradores convidados e, antes de subir ao palco, a última pessoa com quem falou foi Carlos César, o presidente do Partido Socialista. No final, foi aplaudido de pé.

Instado pelo jornalista a dizer se Sampaio da Nóvoa era um bom candidato, o presidente socialista disse mesmo que não pretendia “responder objetivamente a essa questão”, adiando qualquer manifestação formal de apoio para depois da apresentação oficial das candidaturas. Até ver, Sampaio da Nóvoa não é sequer um candidato presidencial. Ainda assim, César admitiu que o ex-reitor “é uma das personalidades que tem uma grande proximidade com esse perfil” – “mas há várias”.

Na sua ótica, o candidato que o PS virá a apoiar deve ser alguém que “avalie de forma diferente a posição de Portugal no mundo, na Europa, na concertação das nações” e que ao mesmo tempo tenha “uma visão humanista” e seja capaz de “colocar no centro do mandato questões que envolvam a unidade nacional, a descentralização de competências, o poder local e que, sobretudo, seja um fiel guardador da Constituição”.

Com as eleições presidenciais a quase um ano de distância, ainda não há candidaturas formalizadas. Nem à direita nem à esquerda. Mas na ala socialista vários têm sido os nomes que têm saltado para o campo das hipóteses. É o caso de António Guterres, que está entre Belém e a ONU, de António Vitorino, que não confirma nem desmente, e de Maria de Belém Roseira, que na semana passada confirmou aos microfones da Renascença que podia vir a entrar na corrida.

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