Um grupo de nove britânicos oriundo da cidade de Rochdale, nos arredores de Manchester, foi detido na quarta-feira na fronteira entre a Turquia e a Síria, acreditando-se que tinham a intenção de se juntar ao autoproclamado Estado Islâmico, embora não haja para já qualquer explicação. O imã de Rochdale, Irfan Chishti, disse esta sexta-feira que este grupo terrorista “não tem nada a ver com o Islão” e que é preciso passar mais esta mensagem aos muçulmanos britânicos.

“Ninguém está imune [ao Estado Islâmico]. Os tentáculos do Estado Islâmico estão a espalhar-se rapidamente e não só nas nossas casas mas nas palmas das nossas mãos, na Internet dos nossos telemóveis”, avisou o líder da mesquita local, segundo o Guardian. Irfan Chishti é um dos imãs que no passado já participou em várias ações do Governo para travar a radicalização de jovens muçulmanos um pouco por todo o Reino Unido.

As detenções estão a chocar a região, já que várias das pessoas impedidas de passar para a Síria são família de um representante trabalhista local, incluindo o seu filho Waheed Ahmed, estudante universitário de 21 anos. Waheed, que estuda Ciência Política e Sociologia, nunca terá demonstrado quaisquer sinais de radicalização, sendo um membro ativo da comunidade muçulmana da região de Manchester e organizando várias iniciativas para ajudar as vítimas da guerra na Síria e na Palestina.

Juntamente com Waheed Ahmed, foi também detida a sua tia, os seus dois filhos, a mulher de um deles e ainda quatro crianças com idades entre um ano e 11 anos. Shakil Ahmed, pai de Waheed, disse em entrevista ao Daily Mail que acredita que o filho e a família se tenham afastado das cidades que estavam a visitar na Turquia e que por engano se tivessem chegado demasiado perto da fronteira com a Síria.

A polícia britânica está a fazer buscas na zona de Manchester em várias casas, de modo a apurar as razões da visita desta família à fronteira.

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