As autoridades policiais da Catalunha detiveram 11 pessoas que alegadamente pertenciam a uma célula ‘jihadista’ que “tinha vontade explícita” de realizar atentados naquela região espanhola, indicou um responsável do governo regional.

O responsável dos Assuntos Internos (Interior) do governo regional da Catalunha, Ramon Espadaler, ressalvou, no entanto, que a célula ‘jihadista’ desarticulada hoje pela polícia autonómica da Catalunha, os Mossos d’Esquadra, não representava qualquer perigo, porque estava a ser “controlada” desde há 13 meses.

O grupo, disse Espadaler, era uma “célula operacional, com manifesta vontade de realizar atentados na Catalunha”, e que também se dedicava a captar jovens para depois convertê-los em ‘jihadistas’ radicais e enviá-los para combater nas fileiras do grupo denominado Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.

Entre os detidos contam-se cinco cidadãos espanhóis – quatro dos quais convertidos ao Islão -, cinco marroquinos e um paraguaio – também ele convertido ao Islão. Entre os detidos está um menor de 17 anos e uma mulher.

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Na operação participaram 360 agentes da polícia catalã, que revistaram 16 casas e onze detenções nas localidades de Terrassa, Sabadell, Barcelona, Sant Quirze del Vallès e em Valls (Tarragona).

Oito dos detidos são acusados de pertencer a uma organização criminosa com fins terroristas, captação e doutrinamento de outras pessoas para ser enviadas a combater em zonas de conflito ou incorporação em célula terrorista.

Alguns destes oito também foram acusados de preparação para cometer atos com fins terroristas.

Os outros três detidos, entre eles a única mulher, são acusados de encobrimento, incitação ao crime de terrorismo e colaboração com uma organização criminosa com fins terroristas.

Esta célula, agora desarticulada, foi a que enviou três jovens para a Síria, em dezembro. Estes jovens foram detidos na Bulgária quando iam a caminho da Síria, e atualmente encontram-se presos. A célula também enviou um jovem combatente para o Iraque, onde está atualmente incorporado nas fileiras do EI.

Ao longo da manhã, o ministro de Interior de Espanha, Jorge Fernández Díaz, realçou que mais de um terço dos detidos este ano associados a células terroristas provêm da Catalunha. Por outro lado, salientou que metade da centena de mesquitas mais radicais de Espanha estão naquela região: em Salt (Girona), Vilanova i la Geltrú (Barcelona), Reus e Torredembarra (Tarragona).