A corrida a Belém ganhou esta terça-feira um novo candidato: Orlando Cruz formalizou a intenção de se candidatar à Presidência da República.

Orlando Cruz junta-se, assim, a uma lista onde já consta Henrique Neto (oficial), Sampaio da Nóvoa (deve apresentar até ao fim do mês), Paulo Morais (apresenta este sábado), Paulo Freitas do Amaral (que ontem avançou já ter recolhido metade das assinaturas) e outros nomes que se estão a resguardar como Marcelo Rebelo de Sousa ou até Rui Rio. E pode até não gozar de tanta notoriedade como os anteriores, mas não será, certamente, por falta de currículo: com duas quase-candidaturas a Belém (não chegaram a materializar-se), algumas a deputado, uma à Câmara de Gondomar e outra à presidência de uma junta de freguesia, o líder do Partido Esperança Popular – partido que ainda não foi reconhecido pelo Tribunal Constitucional – notabilizou-se depois de em 2013 ter formalizado a candidatura à Câmara de Matosinhos montado num burro chamado “troika”.

Na altura, então como candidato independente apoiado pelo Partido Trabalhista Português (PTP), Orlando Cruz – que pouco antes desistira de concorrer à Câmara do Porto – explicou aos jornalistas que teve de “vir de burro” porque era “o único que não [pagava] portagens”. Isto já depois de ter sido obrigado a rebatizar o animal a conselho do advogado. O motivo? Originalmente o burro chamava-se “Passos Coelho”.

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O burro “troika” tornou-se imagem de marca de Orlando Cruz

O “Che Guevara”, como se descreveu, disse querer fazer da luta “contra todos os políticos, da esquerda à direita” a sua bandeira, mas os resultados acabaram por não ser os melhores – teve apenas 505 votos (0,7%).

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Nada que tenha demovido Orlando Cruz de se candidatar novamente a um cargo político.

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A convocatória de Orlando Cruz

Nas eleições autárquicas de 2013, Orlando Cruz apresentou-se como “empresário falido”, já depois de ter sido “taxista, camionista, ator de novelas, dono de restaurantes e de supermercados”. Agora, o homem de 62 anos apresenta-se como escritor e promete ser o próximo Rui Moreira.

“Eu quero ser um Rui Moreira nesta candidatura”, disse em conferência de imprensa num café icónico da cidade do Porto, autointitulando-se como “pai dos independentes”. Quanto ao Partido Esperança Popular deverá ser oficialmente formalizado no mesmo dia em que entregar as assinaturas necessárias para poder concorrer ao Palácio de Belém, afirmou Orlando Cruz, citado pela Agência Lusa.

Afirmando-se como um “político hilariante e incomodativo”, o ex-candidato à Câmara de Matosinhos garante que enquanto houver injustiças sociais não se vai calar, criticando o atual Presidente da República por não ter tido a coragem de demitir o “Governo mais desumano desde o 25 de abril”.

Para o escritor, a sua candidatura a Belém “tem razão de ser” para lutar contra o “povo com fome, o desemprego e a falta de habitação”, afiançando que não pretende fazer “falsas promessas” e que já foi “pobre”, “rico”, “trabalhador” e “emigrante”, tendo feito campanhas eleitorais em vários países.

Na opinião de Orlando Cruz, “os políticos que nós temos tido em Portugal são autênticos vigaristas”, antecipando “uma luta difícil” nestas presidenciais mas prevendo que se tiver o tempo de antena dos restantes candidatos, o povo vai aceitá-lo. Além disso, Cruz prometeu, ainda, “percorrer todo o país, com uma Presidências aberta”.

Interrogado sobre quando terá as assinaturas necessárias recolhidas, Orlando Cruz garantiu que será para breve uma vez que já recolheu as 7500 necessárias mas que não estavam de acordo com os requerimentos legais uma vez que não tinham indicação da profissão dos subscritores.

Pode consultar a página oficial do candidato aqui.