O número de portugueses a residir em Espanha caiu para 98,3 mil no último ano, menos 10 por cento do que ano anterior e confirmando uma tendência de descida da presença portuguesa que se verifica desde 2010.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE), a 01 de janeiro deste ano estavam inscritos nas autarquias espanholas (através da figura do Padrón, um registo administrativo dos residentes em cada município) 98.385 cidadãos portugueses, o que representa 2,1% do total de estrangeiros em Espanha (4,718 milhões em todo o país).

Em janeiro de 2014, o número de portugueses inscritos em Espanha era de 109.708, o que significa que no espaço de um ano caiu abaixo da “barreira psicológica” dos 100 mil.

De 2013 para 2014 já se tinha verificado uma quebra superior a 15% (de 129 mil para 109 mil). Em 2012, os portugueses em Espanha eram 138,6 mil, face aos 140 mil em 2011 e aos 142 mil em 2010.

Ou seja, no espaço de cinco anos o número de portugueses em Espanha caiu cerca de um terço.

Atualmente, Portugal surge em 12.º lugar na lista de países que mais estrangeiros têm a residir em Espanha. Esta lista é encabeçada pela Roménia (751.208 cidadãos), seguida de Marrocos (749.274) e do Reino Unido (282.120).

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Ao longo do ano passado, mais de 304.500 estrangeiros (uma descida de 6,1% face ao ano anterior) optaram por sair de Espanha. Ou seja, a saída de portugueses foi maior do que a média de todos os estrangeiros e foi mesmo a maior considerando apenas as nacionalidades da UE.

Por outro lado, a idade dos portugueses residentes em Espanha está a aumentar. Atualmente, a média de idades é de 38,9 anos (quando em 2014 era de 38,5 anos, em 2013 era de 38,2 e em 2012 era de 37,6).

Um fator que pode influenciar os números dos portugueses em Espanha é que, entre os comunitários, são os únicos a quem basta dois anos (não seis) para requisitar a nacionalidade espanhola e ainda assim acumular com a nacionalidade original (não estão obrigados a renunciar à portuguesa). Uma vez pedindo a nacionalidade espanhola deixam de contar como estrangeiros nas estatísticas de Espanha.

A China, a Ucrânia e a Rússia foram os três únicos países que aumentaram a presença em território espanhol, crescendo 2,9%, 2,6% e 4,8% respetivamente. Vivem cerca de 191 mil chineses em Espanha, bem como 90,9 mil ucranianos e 68 mil russos.

A contínua saída de estrangeiros resultou numa diminuição da população total de Espanha pelo terceiro ano consecutivo, que chega agora aos 46,6 milhões de habitantes inscritos nos municípios.