Jean-Marie Le Pen terá uma fortuna que ultrapassa os dois milhões de euros numa conta offshore num banco suíço, avança o diário online Mediapart. O fundador e atual presidente honorário da Frente Nacional (FN), partido de extrema-direita francês, será o principal beneficiário de um esquema que envolverá dinheiro, joias, moedas e 1.7 milhões em ouro.

O artigo publicado nesta segunda-feira sugere que o testa-de-ferro do histórico político será Gérard Gérin, um homem que evoluiu de mordomo do casal Le Pen para alguém com presença no organograma da FN e que é também assistente do presidente honorário. O facto de Gérin ser o tesoureiro da Cotelec, uma associação que financia o partido, estará também a levantar dúvidas. De acordo com o ABC, esta associação terá financiado a Frente Nacional com três milhões em 2012 e quatro milhões em 2013. As condições da contabilidade da Cotelec são, diz o diário espanhol, “muito obscuras”.

O Mediapart avançou que a Procuradoria da República em Nanterre, perto de Paris, recebeu detalhes importantes e fiáveis oriundos da autoridade antilavagem de dinheiro francesa, a Tracfin. O dinheiro terá estado até maio no banco HSBC, mas depois terá sido transferido para o banco suíço CBH nas Bahamas.

O Guardian recorda que a Frente Nacional está a enfrentar diversos inquéritos sobre o alegado financiamento ilegal, nomeadamente na campanha de 2011 e, depois, durante as eleições parlamentares e presidenciais de 2012. O diário inglês lembra ainda que o partido tem estado debaixo dos holofotes da agência anticorrupção da União Europeia, porque assistentes dos deputados europeus terão ficado com salários que não deveriam. A isto tudo junta-se ainda o pedido de uma comissão de inquérito por parte do grupo parlamentar socialista, que questionou a natureza de empréstimos à Frente Nacional provenientes da Rússia – que seriam a base para o apoio político da FN a Vladimir Putin, o presidente russo.

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