Os passageiros que, no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, foram confrontados com o cancelamento dos seus voos devido à greve dos pilotos da TAP, criticam a empresa por “falta de informação” e “má condução das situações”.

Às 10:30 no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, o painel de partidas indicava quatro voos cancelados com destino a Barcelona, Roma, Londres e Lisboa. No total, foram cancelados nove voos desde o início da manhã.

Ao mesmo tempo a fila para o balcão de atendimento da TAP contava com cerca de meia centena de viajantes insatisfeitos por terem de ficar em terra.

“Com a TAP nunca mais”, foi o desabafo, à Lusa, de Leonor Figueira e Maria de Fátima Gabriel, turistas brasileiras com familiares na Guarda e que aguardavam por conseguir uma alternativa para conseguir chegar ao Rio de Janeiro conforme planearam há mais de um mês.

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Deviam ter partido às 09:00 mas com o cancelamento do voo, a alternativa dada pela TAP era de viajar até Frankfurt pela Lufthansa, mas “sem confirmação e garantias” de que consiga ligação da Alemanha até ao Brasil.

“Escolhemos a TAP e acabar a viagem de férias em Portugal exatamente pela proximidade da língua e agora mandam-nos para um aeroporto alemão e enorme. Temos receio. Nunca mais chegamos ao Brasil. Só queremos chegar a casa”, disseram.

As turistas criticam a TAP pelo “empurra” entre companhias aéreas e acusaram a empresa de “estar a ser desleal com os clientes”.

Ao lado, uma funcionária da TAP ia explicando a outros passageiros que só à entrada para o voo saberiam se o mesmo estava ou não cancelado e algumas pessoas aproximam-se do balcão para perguntar “onde é a fila para alterar datas de voo”.

Para Rui Costa, Sandra Costa e Lucília Cunha a experiência de estar perto do momento de embarque e ficar em terra já é conhecida. É a segunda vez que estão numa fila para falar com os funcionários da TAP e pedir uma alternativa.

Primeiro, às 08:50, esta família de Viseu que pretendia viajar para Londres para visitar um familiar que está hospitalizado, ficou a saber que o voo estava cancelado. Às 10:00 voltaram a ouvir a mesma notícia. Estiveram, contando com a ida e vinda até à porta de embarque, duas horas numa viagem de filas e perguntas.

“Só podemos tentar e insistir no dia de hoje. Amanhã [sábado] ou depois ficamos com o fim de semana comprometido e é dia de trabalho na segunda-feira. Agora já nem pediremos uma alternativa. Queremos mesmo outra companhia. Os motivos da greve conhecemos mas nada justifica este transtorno”, afirmaram.

Rui Costa ao marcar a viagem para a família escolheu a TAP, conforme descreveu à Lusa, pelo preço, pelo horário do voo, pelo aeroporto ao qual chegaria na capital inglesa mas também “por ser uma companhia portuguesa”.

Os pilotos da TAP marcaram uma greve de dez dias entre hoje e 10 de maio por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999.