A greve dos pilotos da TAP avançou mesmo, mas nem todos os profissionais aderiram ao protesto nas primeiras horas, o que permitiu à companhia assegurar parte da operação, vivendo-se um ambiente de quase normalidade no aeroporto de Lisboa.

Nas primeiras horas da manhã, altura em que se avolumam grande parte das partidas, as filas para o ‘check in’ da TAP seguiam o seu rumo e, no apoio ao cliente, a fila não chegava a juntar mais de uma dezena de pessoas à procura de respostas para os voos que tinham sido cancelados.

Ana Gomes foi um dos passageiros que ficou em terra devido à greve convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), vendo-se obrigada a adiar os planos de um fim de semana prolongado, em Bruxelas.

O voo da TAP para Bruxelas partia às 7h05 e só cinco minutos antes — já na respetiva porta de embarque — foi informada de que o voo não se iria realizar, sendo-lhe dada a alternativa de voar a meio da tarde, num voo incluído nos serviços mínimos, preferindo no entanto ser reembolsada.

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“Em vez de chegar a Bruxelas ainda de manhã, chegaria só ao final da tarde. O primeiro dia está perdido. E depois, na segunda- feira, o problema do regresso voltava a colocar-se”, disse à agência Lusa Ana Gomes, antes de deixar o aeroporto de Lisboa, pelas 09:00.

Uma hora antes, a TAP tinha feito um balanço da operação nas primeiras oito horas de greve: 21 voos cancelados e 52 realizados, entre os quais os serviços mínimos, remetendo os números da adesão à greve para mais tarde.

Mariana Sastre também passou pelo apoio ao cliente da TAP, depois de ter visto o voo de regresso a Madrid cancelado, de onde saiu com um bilhete para voltar a casa na companhia espanhola Iberia, onde chegará “quatro horas depois do previsto”.

Ainda sem solução estava Johan Viegás e os dois amigos, que tentavam, sem sucesso, o número de apoio ao cliente.

“Chegámos de Nice, com viagem para o Funchal, e disseram que o voo foi cancelado e só me deram este cartão, com um número de telefone, mas estou farto de ligar e não atendem”, contou o jovem turista.

Segundo Carina Correia, porta-voz da Transportadora Aérea Portuguesa, foram realizados 52 voos até às 8h00, número que abrange os serviços mínimos e os regressos a Portugal – também incluídos nos serviços mínimos, sem especificar o número de ligações cumpridas fora deste contexto.

“Faremos essa contagem mais à frente. Felizmente para os passageiros há pilotos a apresentar-se ao serviço”, disse à Lusa a porta-voz da companhia, que fará um novo balanço da greve pelas 13h00.

Os pilotos da TAP iniciaram à meia-noite uma greve de dez dias, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação no capital da empresa no âmbito da privatização.

Os voos da TAP que se estão a efetuar partem, em geral, com atraso.

A Lusa contactou o SPAC, que remeteu declarações para mais tarde.