Os credores reclamam 674,5 milhões de euros à Opway Engenharia, no quadro do Plano Especial de Revitalização (PER). A lista de credores divulgada revela que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) é a maior credora construtora do Grupo Espírito Santo (GES), reclamando 272 milhões de euros. Este valor, também avançado pelo jornal Expresso, representa 40% dos montantes que surgem na lista de credores.

A Caixa reconheceu que a queda do GES/BES teve impacto nos resultados de 2014, mas não quantificou a dimensão das perdas. O banco público recusou também dar informação sobre a exposição ao GES/BES, no quadro da comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco e do grupo.

O banco do Estado ultrapassa mesmo o acionista Grupo Espírito e o BES em valor reclamado. O universo GES reclama cerca de 117 milhões, considerando dois créditos de 57 milhões de euros da ESI (Espírito Santo Internacional) e da Esfil, sociedade da Espírito Santo Financial Group. O BES, onde ficaram os créditos da Opway por ser uma empresa controlada pelo BES, reclama 54 milhões de euros. Este valor é muito inferior às dívidas reclamadas pelo BPI que ascendem a 118 milhões de euros.

A banca é de longo o maior credor da Opway Engenharia. A lista inclui ainda o Santander, o Popular, o BIC e o BCP que reclama 34 milhões de euros.

Na lista agora conhecida consta ainda a Procuradoria-Geral da República, que reclama uma dívida de 7,7 milhões de euros, que cresce para 9,5 milhões de euros com juros.

A Opway foi adquirida por um grupo de quadros liderado pelo presidente Almerindo Marques. As dificuldades financeiras da construtora duram há vários anos e foram agravadas com a insolvência das empresas que eram acionistas e financiadoras. A empresa teve dificuldade em apresentar as garantias para assegurar o contrato na empreitada do túnel do Marão.

Para além da Opway Engenharia, também a Opway SGPS se encontra no PER.

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