Olhando para o mapa político de Espanha, não parece ter havido grandes mudanças entre as últimas eleições, em 2011, e hoje, escassos dias depois das eleições autonómicas e municipais deste ano que aconteceram este domingo.
O azul continua a ser predominante, é verdade, mas a situação mudou, como já explicámos aqui, aqui e aqui. E agora que o PP perdeu todas as maiorias absolutas, o tempo exige muitas negociações. O El País compilou as condições impostas pelo Podemos e pelo Ciudadanos para viabilizarem governos autónomos. O Podemos quer acima de tudo acabar com a influência do Partido Popular, enquanto o Ciudadanos, de centro-direita, está aberto a negociar tanto com populares como socialistas (PSOE).
Podemos
Pablo Iglesias deixou bem claro logo na segunda-feira que havia duas condições imprescindíveis para que o Podemos se coligasse com outros partidos:
- “Tolerância zero contra a corrupção”, o que significa diferentes coisas para diferentes regiões. Mas uma das medidas propostas já por Iglesias é a redução dos ordenados dos deputados eleitos.
- “Dar uma volta de 180 graus às políticas de austeridade”, o que na prática se deverá traduzir num conjunto de medidas fiscais e de redistribuição da riqueza ainda a apresentar pelo partido, que quer também combater os despejos.
Ciudadanos
O Ciudadanos, liderado por Albert Rivera, tem as condições mais bem definidas neste momento, segundo o jornal espanhol. Algumas das medidas que o partido quer ver implementadas são semelhantes às defendidas pelo Podemos.
- Combater a corrupção: o Ciudadanos quer fazê-lo de várias formas, seja retirando dos cargos as pessoas indiciadas pela prática de crimes ou que mintam no currículo, seja instituindo primárias obrigatórias e não aceitando donativos de empresas.
- Nova democracia: ligado ao ponto anterior, o partido defende listas abertas de deputados e a limitação dos mandatos a oito anos.
- Medidas sociais: o Ciudadanos quer reduzir os impostos para as pessoas singulares, ao mesmo tempo que pretende a criação de uma linha de financiamento às pequenas empresas.