O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, tem uma “convicção pessoal” de que a Grécia não sairá do euro, até porque é nesse pressuposto que estão a decorrer as negociações entre os credores e Atenas. O responsável deixou, contudo, uma indicação clara de que “podem acontecer coisas que não são boas” na Grécia, numa alusão a uma possível falta de pagamento da dívida grega.
“O resultado final é que uma saída grega não irá acontecer“, afiançou Vítor Constâncio esta quinta-feira em Frankfurt, a capital financeira alemã e sede do BCE. Contudo, isso não é o mesmo que “excluir várias coisas que não são boas mas que podem acontecer”, disse o responsável, citado pela Reuters.
Questionado sobre se alguma dessas “coisas que não são boas” colocaria em causa a solvência dos bancos gregos, Constâncio mostrou-se confiante de que “os bancos conseguem sobreviver ao impacto de uma potencial grande imparidade com a dívida pública grega”. O vice-presidente do BCE recordou que apenas cerca de 3% dos ativos totais da banca grega são dívida pública, depois da troca voluntária de março de 2012.
Outra declaração importante de Constâncio foi a nota de que, caso haja uma falta de pagamento – nomeadamente os 300 milhões a pagar ao FMI na sexta-feira – “não há uma relação automática” entre um incumprimento em dívida pública e a insolvência dos bancos, que obrigaria o BCE a cortar o financiamento à banca grega (até mesmo na plataforma de emergência do banco central nacional).