“A corrupção é como a paella, em nenhum sítio a fazem como em Valência”. A frase é o nome de uma página de Facebook que se dedica a denunciar e partilhar tudo o que seja notícia sobre a corrupção naquela região espanhola. Se à primeira vista parece um exagero, talvez não seja. Pelo menos o Partido Popular (PP) da zona já foi abalado por diversos escândalos, envolvendo os mais altos dirigentes.

O último caso diz respeito a Serafín Castellano, ex-secretário-geral do PP e atual representante do governo de Madrid em Valência. Ele foi detido esta sexta-feira, suspeito de prevaricação, recebimento de subornos e desfalques em adjudicações a uma empresa de aviões de combate a incêndios. Os factos remontam ao período em que era conselheiro do governo autonómico.

Uma hora depois da detenção de Castellano, que é um homem forte do PP desde o fim dos anos 1980, o governo de Mariano Rajoy decidiu destituí-lo do cargo de representante do executivo. A militância no partido foi também suspensa. Em junho de 2014, Castellano deixou de ser secretário-geral e passou a ser delegado do governo. Antes, tinha sido conselheiro do governo durante 15 anos e presidente de uma câmara municipal por oito anos. Além de Castellano foram detidas outras oito pessoas.

A região de Valência tem sido afetada por casos de corrupção frequentes, quase todos relacionados com o Partido Popular. Câmaras municipais, empresas públicas e governo regional: quase nenhuma instituição valenciana escapou a casos que envolvem pagamento de subornos, extorsões e pressões para adjudicações, licenciamentos e contratos benéficos aos interesses dos populares.

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