O ex-ministro da Segurança Pública da China Jou Yongkang foi condenado a prisão perpétua por corrupção, abuso de poder e divulgação de segredos de Estado, anunciou o Tribunal de 1.ª Instância de Tianjin, norte do país. Yongkang foi liderou o ministério responsável pelas forças policiais chinesas entre 2002 e 2007.

“Quebrei a lei e as regras do partido várias vezes e os meus crimes resultaram em perdas enormes para o partido e para a nação”, disse Yongkang, que confessou o crime, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.

O tribunal determinou que Yongkang aceitou 105 milhões de euros em subornos pagos por Jiang Jemin, um antigo líder da Companhia Nacional de Petróleo da China, que já estava preso antes do desfecho deste julgamento. Yongkang esteve à frente desta empresa pública entre 1996 e 1998. Era frequente os recetores dos subornos serem familiares seus, sobretudo a mulher e um dos seus filhos de um casamento anterior.

O juiz declarou que os subornos e desvios de dinheiro provados pelo tribunal lesaram os cofres chineses em cerca de 212 milhões de euros.

Além disso, apurou-se que o réu deu acesso a seis documentos secretos a Cao Yongjeng, um homem cuja identidade é algo misteriosa – O New York Times refere que este homem tem sido descrito como um vidente de Pequim. Já o South China Morning Post descreve-o como um mestre de qicong, uma forma de meditação e exercício físico semelhante ao tai chi.

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Membro do politburo  do PCC entre 2007 e 2012

O julgamento decorreu à porta fechada, uma vez que os crimes dos quais Yongkang foi acusado incluíam segredos de Estado. Ainda assim, a televisão estatal chinesa transmitiu em direto a confissão de culpa do homem de 72 anos que entre 2007 e 2012 fez parte do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China (PCC), o órgão mais alto desta organização e, por isso mesmo, o mais poderoso centro de tomada de decisões naquele país.

É fácil perceber que o voo foi alto e a queda ainda maior: Yongkang tornou-se hoje na figura mais alta da hierarquia política chinesa a ser condenado por corrupção desde que o PCC tomou o poder em 1949.

Segundo o South China Morning Post, o castigo máximo pelo crime de suborno é a pena de morte. Já a divulgação de segredos de Estado e abuso de poder podem levar a uma pena até sete anos de prisão, cada. No final de contas, ficou determinado que Yongkang vai passar o resto da sua vida atrás de grades.