O surto de Ébola na Guiné-Conacri provocou um aumento de casos de malária não tratada no país, que poderão ter provocado mais mortes do que as causadas pelo vírus, revela um estudo divulgado esta quarta-feira.

Segundo o estudo publicado na ‘The Lancet Infectious Diseases’, instalações de cuidados de saúde guineenses receberam menos 74 mil casos de malária em 2014 em comparação com anos anteriores, o que levou a um aumento da taxa de mortalidade por malária no país.

Não foram apresentados números, mas o médico Mateusz Plucinski, do centro de controlo e prevenção de doenças de Atlanta, Estados Unidos, que coordenou o estudo, disse que as mortes por malária podem ter sido mais do que as causadas pelo vírus do Ébola.

“A malária é uma das principais causas para a febre e para as pessoas irem a consultas na Guiné, mas os nossos dados sugerem que as pessoas com febre evitaram os centros de saúde por medo de contrair o vírus do Ébola ou serem enviadas para centros de tratamento”, disse o médico.

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O número de doentes que recebeu tratamento para a malária oral diminuiu 24% (30% para tratamento injetável) durante o surto de Ébola em 2014, em comparação com 2013.

As maiores quedas foram registadas após a terceira vaga da epidemia, que teve início em agosto de 2014, com um número total de consultas de malária inferior a 42%.

Segundo médico, o mesmo fenómeno também deve ter ocorrido na Serra Leoa e na Libéria.