O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou em Sesimbra que o aumento dos rendimentos das famílias e das empresas “é a ponta do novelo” para relançar a economia portuguesa.

“Temos de fazer um esforço articulado, das empresas e do Estado, para procurar melhorar o rendimento das empresas e das famílias. Essa é a ponta do novelo com o qual podemos relançar a economia. E isso passa pela dimensão salarial, mas passa também pela diminuição da carga fiscal”, disse António Costa, lembrando que os aumentos de impostos “têm vindo a asfixiar a classe média”.

O líder socialista falava aos jornalistas depois de encontro com a comunidade local do Vale da Amoreira (Moita), que decorreu nas instalações da Associação Cabo-verdiana, e de uma visita ao Tribunal de Sesimbra, no distrito de Setúbal, no âmbito de um périplo em que pretende denunciar o que diz serem os “sete pecados capitais” da governação de direita dos últimos quatro anos.

Depois de insistir na necessidade de uma redução temporária das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, António Costa defendeu também que é necessário “repor os instrumentos de combate à pobreza a funcionar, em particular os complementos solidários para idosos e os abonos de família”.

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O líder socialista defendeu ainda que é necessário criar condições de financiamento às empresas, para que elas possam retomar o investimento, mas salientou que “a grande prioridade das prioridades tem de ser o combate ao desemprego e à precariedade”.

“São dois fatores de fomento da falta de confiança e da desregulação da nossa economia. E nós temos que assumir que a prioridade da nossa política económica tem de ser, como nós dizemos: emprego, emprego, emprego. Emprego digno, emprego de qualidade, emprego não precário”, frisou o dirigente socialista.

Segundo António Costa, a política do atual Governo PSD/CDS, para além de ter agravado o problema do desemprego e da precariedade, caracteriza-se também pelo “ataque aos serviços públicos, particularmente evidentes na saúde e no setor da justiça”.

“Todos nós assistimos ao caos que foi a implementação do novo mapa judiciário e a forma como, em muitas localidades do país, as populações foram, pura e simplesmente, privadas do serviço de justiça ou viram os serviços de justiça claramente prejudicados”, disse.

“É, por exemplo, o caso de Sesimbra, onde as ações executivas passaram a ser tramitadas a quase 100 quilómetros daqui, em Alcácer do Sal, sem condições de acessibilidade, sem transportes, e, portanto, com um grave prejuízo para um segmento processual, que ganha na urgência e na celeridade com que é aplicado e que é fundamental para a cobrança de créditos. É um bom exemplo de como temos que rever este mapa [judiciário], de forma a responder melhor àquilo que são as necessidades das populações”, concluiu o líder socialista.