A Easyjet está a vender mais lugares do que aqueles que estão disponíveis, como forma de assegurar que os voos ficam completos. A prática, apelidada de overbooking, é denunciada pelo Independent, que fala em lugares vendidos em excesso para “milhares de voos” nesta época alta.

A medida, tomada pela companhia britânica low-cost, está a levar à separação de grupos e famílias que chegam ao momento de embarque e não têm lugares para todos. Outros são obrigados a fazer escalas em outros locais para chegarem ao destino final.

Annabel Croft, jogadora de ténis, está no Algarve, mas a filha não chegou com ela. No Twitter, Annabel conta que não deram um bilhete de embarque à filha e ironiza: “Não sabia que comprar um bilhete não garantia lugar”. Depois de perguntar aos funcionários se podia ficar ao lado da filha, responderam-lhe que sim, mas teria de pagar mais 60 libras (86 euros).

As companhias aéreas obtêm assim mais receitas, com a venda de lugares que não existem. Além disso, as regras ditam que, no caso de haver passageiros a mais, estes têm de ser transportados para o destino “o mais depressa possível”, situação que nem sempre se está a verificar, contam alguns clientes ao Independent.

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Andrew Whelan é outra das pessoas lesadas. Marcou seis passagens aéreas para Espanha para uma viagem de férias para a família. Quando chegaram ao aeroporto, foi-lhes dito que duas das passageiras não tinham lugar. Andrew pediu para a filha e a amiga seguirem no voo mais rápido, mas a Easyjet afirmou que só poderiam viajar daí a 32 horas. Andrew acabou por descrever o tratamento da Easyjet como “um serviço chocante”. “Honestamente foi o pior que já experimentei, e eu viajo bastante”, referiu.

Um porta-voz da companhia diz que estes casos são “extremamente raros”, referindo-se ao impedimento de embarcar devido ao overbooking. “Em média, nos nossos voos, o overbooking só se verifica em um ou dois passageiros por voo.”

As regras europeias estipulam que um passageiro que não consiga embarcar tem de receber uma indemnização imediata de 250 euros por voos de curta duração e 600 euros por voos de longa duração. Mas há quem tenha sido impedido de voar em junho, conta a mesma publicação, e ainda esteja a aguardar o dinheiro.