A economia grega deverá “encolher” entre 2% e 3% em 2015, resultado da incerteza que se vive desde o início do ano e dos controlos de capitais que foram instaurados na banca a partir de finais de junho. Esta é a projeção de uma fonte de Bruxelas que falou esta segunda-feira com a agência Bloomberg. Do lado grego, acredita-se que será possível chegar a um acordo para o terceiro resgate até ao final do dia de terça-feira (11 de agosto).

Segundo a agência Reuters, que citou esta manhã uma fonte do lado grego, o objetivo do lado grego é concluir as negociações até terça-feira, o que significaria que estes trabalhos teriam demorado menos de um mês após o acordo da cimeira do euro de 12 de julho. O governo grego está, contudo, muito menos pessimista em relação ao desempenho da economia do que Bruxelas. Atenas aponta para uma contração do PIB entre 2,1% e 2,3%, bem abaixo dos 2% a 3% temidos por Bruxelas.

A projeção de crescimento (negativo) da economia é decisiva para os cálculos do défice orçamental (primário, ou seja, excluindo pagamentos de juros) com que Atenas ficará comprometida. O governo grego está a tentar persuadir os credores a aceitarem um défice nulo (0%), ou seja, um equilíbrio entre as receitas do Estado grego e a despesa primária.

Este é um dos pontos em aberto na discussão, a que se juntam as questões em torno de como lidar com o crédito malparado (em falha de pagamento) que se acumula nos balanços dos bancos gregos. Em cima da mesa continuam, também, o tema do fundo de privatizações, questões ligadas ao setor energético e a reformas da legislação laboral.

A fonte europeia que falou com a Bloomberg admite que pode haver uma conversa entre os ministros das Finanças da zona euro na sexta-feira, eventualmente através de teleconferência, caso as negociações cheguem a bom porto.

Alexis Tsipras, o primeiro-ministro, planeia, também, avançar com uma medida “simbólica” ligada à abolição dos benefícios fiscais de que gozam os deputados na Grécia. “Quando está em cima da mesa a abolição de incentivos fiscais aos agricultores, não podemos ignorar os benefícios fiscais que se aplicam a nós”, afirmou Tsipras, citado pelo Kathimerini.

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