O BCP passou a deter uma participação qualificada de 6,1689% da Pharol, antiga PT SGPS. Este reforço resultou de uma execução de um penhor sobre ações da operadora dadas como garantia por um acionista que não é identificado no comunicado enviado esta madrugada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No entanto, o Observador sabe que os títulos eram detidos pela Ongoing de Nuno Vasconcellos, uma das maiores acionistas da Pharol.

“Esta situação ocorreu na sequência do exercício, no dia 12 de agosto, do direito de apropriação previsto em contrato mútuo com penhor de ações e de outros valores, em que o BCP adquiriu 37.804.996 ações ordinárias representativas de aproximadamente 4,2169% do capital social e direitos de voto da Pharol”.

Nestes contratos, a execução está muitas vezes associada a um preço mínimo das ações que são dadas como garantia de um empréstimo. Quando esse preço é atingido, desencadeia a transferência dos títulos para o banco. Esta operação surge na sequência de uma forte desvalorização das ações da Pharol, que no dia 12 de agosto tocaram no mínimo histórico de 26 cêntimos. O ciclo de quedas só foi interrompido com o anúncio de lucros por parte da operadora Oi. A Pharol é a maior acionista da empresa brasileira.

Segundo a edição da semana passada do jornal Expresso, o BCP estaria prestes a executar garantias sobre a Ongoing, que é uma das maiores acionistas da Pharol. A dívida da empresa liderada por Nuno Vasconcellos ao banco ascenderá a mais de 230 milhões de euros. Para além das ações na antiga PT, também o Diário Económico, outro ativo da Ongoing, estará em processo de venda, uma operação que está a ser liderada pelo BESI. O BCP e o Novo Banco estão entre os maiores credores da Ongoing.

A Ongoing ainda não fez qualquer comunicação sobre a matéria. Um acionista qualificado de uma empresa cotada em bolsa é obrigado a comunicar quando ultrapassa ou reduz a sua participação face a certos patamares, 2%, 5%, 10%, 15%, 20% e 25%. De acordo com o site da Pharol, a Ongoing tinha 10% do capital.

Já o BCP tem agora 55,3 milhões de ações da antiga PT SGPS, que representam mais de 6% do capital, o que obrigou a comunicar por ter ultrapassado o patamar dos 5%. O banco liderado por Nuno Amado passou a ser um dos principais acionistas da Pharol lado do Novo Banco e da Oi.

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