Um homem de 50 anos foi resgatado este sábado de um terminal de contentores no porto de Rui Hai na cidade de Tianjin, no nordeste da China. Segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua, o sobrevivente foi encontrado a cerca de 50 metros do epicentro das explosões por um grupo de especialistas em armas químicas, que se encontravam no local.

De acordo com a agência de notícias, o homem estava “consciente e conseguia falar” e foi transportado de imediato para um dos hospitais de Tianjin. Na sexta-feira, um bombeiro de 19 anos foi também resgatado dos escombros da cidade portuária.

Na quarta-feira, uma série de explosões no porto de Rui Hai, no distrito de Binhai, provocou a destruição de uma grande parte da cidade de Tianjin. Centenas de carros e edifícios ficaram danificados, obrigando mais de 3.500 pessoas a dormir em ruas ou em abrigos temporários. Segundo dados oficiais, o número de mortos já ascendeu aos 85. Entre as vítimas mortais encontram-se 12 bombeiros. Pelo menos 721 pessoas estão hospitalizadas, sendo que 33 estão em estado crítico.

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Pequenos incêndios continuam a deflagrar na cidade

Três dias depois da série de explosões, pequenos fogos continuam a deflagrar na cidade de Tianjin, dificultando as operações de busca e salvamento. Um novo incêndio deflagrou este sábado no armazém da Tianjin Dongjiang Port Rui Hai International Logistics Co., onde ocorreram as explosões iniciais. Durante a manhã, ainda eram possível ver as chamas e vários repórteres da Xinhua davam conta de terem ocorrido vários rebentamentos.

Apesar de ainda não existirem certezas quanto ao conteúdo do armazém, alguns órgãos de comunicação chineses adiantam que no seu interior se encontravam 700 toneladas de cianeto de sódio e outros produtos químicos, como nitrato de potássio e nitrato de amónio. Porém, esta informação ainda não foi confirmada oficialmente.

Gao Huaiyou, vice-presidente do departamento de segurança do trabalho de Tianjin, garantiu numa conferência de imprensa que ainda não existem certezas quanto à presença de cianeto de sódio no interior do armazém, uma vez que os contentores ainda não foram abertos. As autoridades esperam que a colaboração de 70 especialistas em produtos químicos, que se deslocaram este sábado para o local, permita ter acesso a mais dados, verificar o número de vítimas e encontrar mais sobreviventes.

Para além de uma inspeção no local, será também lançada uma iniciativa a nível nacional que pretende garantir a segurança da indústria química. “As explosões no armazém de materiais perigosos em Tianjin provocaram a morte e o ferimento de muitas pessoas, prejuízos económicos e tiveram um impacto social. As lições são muito profundas”, refere um comunicado emitido pelo Concelho de Estado chinês, citado pela Reuters.

Vários residentes começaram a abandonar as suas casas, temendo uma contaminação química do ar. Apesar das notícias que davam conta de que uma ordem de evacuação tinha sido dada pelas autoridades chinesas, o governo esclareceu este sábado de que nenhuma iniciativa do género tinha sido anunciada, refere o People’s Daily, o jornal do Partido Comunista Chinês.