Madrid dá luz verde a Atenas: da parte dos espanhóis, o terceiro resgate pode avançar.

O desfecho foi confirmado depois da grande maioria dos grupos parlamentares votarem a favor do empréstimo de 86 mil milhões à Grécia — dos quais, 10,1 mil milhões sairão de Espanha. Ao todo, 297 votaram “sim”, 20 disseram “não” e houve ainda cinco abstenções.

O ministro da Economia e Finanças, Luis de Guindos, aproveitou a ocasião do debate antes da votação para lançar críticas à esquerda, numa declaração que parece ter sido dirigida ao Podemos: “Os cantos de sereia do populismo acabam por criar ilusões e deixam expectativas por cumprir, frustração e descontentamento social”.

Além disso, repetiu as mesmas afirmações que tem feito à margem das várias reuniões do Eurogrupo (que juntam os ministros das Finanças de toda a zona euro), referindo a importância de “políticas fiscalmente responsáveis” e sublinhando que “não existem atalhos”. “Não podemos esquecer que fazer parte de uma união monetária exige responsabilidade e respeito pelas regras.”

Alberto Garzon, da Esquerda Plural (o terceiro maior partido no parlamento e membro da mesma família política da CDU e do BE em Bruxelas) justificou o seu voto negativo por dizer que a ação do seu partido passa por “ser solidário” e não por “contribuir para que grupos de interesse económico ganhem dinheiro”, dizendo ainda que este terceiro resgate “é a porta para um quarto acordo”.

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Iglesias cola-se a Tsipras

Pablo Iglesias, líder do partido anti-austeridade Podemos, já reagiu no Twitter. Por força de ainda não estar no parlamento — as sondagens apontam o terceiro lugar, com cerca de 17%, ao Podemos nas eleições do final deste ano — Iglesias entrou na discussão com um tweet onde aparece lado a lado com Tsipras num comício do Syriza em Atenas. “Não agrada a alguns, mas somos amigos e companheiros que lutam por uma Europa democrática. Syriza Podemos: Venceremos.”