Se Donald Trump for eleito presidente dos EUA, já leva vários inimigos para a Casa Branca. Primeiro foram as mulheres, depois os imigrantes, agora são os jornalistas. Ou pelo menos um: Jorge Ramos. Aquele que é um dos jornalistas mais experientes da Univision, uma cadeia hispânica de televisão nos EUA, foi expulso de uma conferência de imprensa pelo candidato presidencial, na terça-feira.

Jorge Ramos levantou-se para colocar uma questão sem ter sido chamado por Trump. “Não foste chamado”, interrompeu o candidato, enquanto dizia “Senta-te, senta-te”. O jornalista não obedeceu e foi “convidado” a voltar para a televisão espanhola/americana, que conta com milhões de espetadores imigrantes espanhóis. “Volta para a Univision”, ordenou o candidato, quando o jornalista tentava fazer uma pergunta. Depois, um segurança expulsou-o da sala. A seguir, Jorge explicou: “Depois de duas ou três questões, achei que era a minha vez de fazer uma pergunta”.

Jorge Ramos é conhecido pelo estilo assertivo nas entrevistas, nota a CNN, e tem tentado marcar uma entrevista com Donald Trump há meses. Nunca conseguiu. Jorge terá comentado com outro jornalista da CNN: “Eu não percebo. Será que ele está com medo de falar comigo ou de falar com a Univision?”. Algum tempo depois, um porta-voz do jornalista disse: “Nós adoraríamos que o sr. Trump se sentasse para uma entrevista profunda com Jorge para falarem sobre as suas propostas. Achamos que as ideias dele para a Imigração são importantes para os espetadores do Jorge na Univision”. O porta-voz referia-se à ideia de deportar 11 milhões de imigrantes dos EUA, grande parte deles hispânicos. Trump já tinha dito que os imigrantes mexicanos ou são “criminosos ou violadores”.

Jorge Ramos, que se descreve no seu perfil de Twitter como “Imigrante e jornalista”, reagiu à situação naquela rede social. Diz ele que o seu trabalho é colocar questões.

Donald Trump não esquece Megyn Kelly

O mais polémico candidato do partido Republicano à Casa Branca voltou esta segunda-feira a atacar a jornalista norte-americana do canal Fox News, Megyn Kelly, afirmando que as suas férias deveriam ter sido péssimas porque esta estaria “mesmo fora de forma”, relata a BBC. O canal de televisão norte-americano classificou o novo insulto como “perturbador” e exigiu um pedido de desculpas por parte de Trump.

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No mesmo dia, Donald Trump escreveu ainda no Twitter que o programa “The Kelly File”, apresentado pela jornalista, tinha sido “muito melhor sem a Megyn Kelly. Quem a substituiu enquanto estava de férias foi muito melhor”.

Seguiram-se outros tweets ofensivos contra Megyn Kelly. Donald Trump classificou a jornalista como uma “bimbo”, um insulto que descreve uma mulher com boa aparência física mas sem inteligência. Escreveu também que Megyn deveria voltar a ir de férias já que o seu programa na Fox era um desperdício de tempo.

Este novo ataque à jornalista da Fox News acontece cerca de duas semanas depois de Trump ter ofendido Megyn Kelly, após ter participado no primeiro debate organizado pela Fox e que juntou os 10 candidatos melhor cotados do partido Republicano.

“Eu não tenho muito respeito por Megyn Kelly, ela é um peso leve. Sabe, via-se o sangue a sair-lhe dos olhos, o sangue a sair-lhe de… qualquer parte. Na minha opinião, ela estava descontrolada”, afirmou Donald Trump referindo-se às questões colocadas pela jornalista a propósito dos comentários misóginos que teria proferido em 2011, quando chamou “nojenta” a uma advogada quando esta solicitou um intervalo durante uma sessão em tribunal para amamentar o seu recém-nascido.

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