Não acontece com todos mas, por norma, uma pessoa transgénero não gosta do corpo com que nasceu. Ser transgénero caracteriza-se por uma identificação com uma identidade de género diferente da atribuída à nascença, decorrente do sexo biológico. Portanto, um rapaz transgénero que nasce rapariga provavelmente não vai gostar do crescimento das mamas ou da anca quando chegar à adolescência. Porque aquele corpo não lhe pertence.

É a pensar nesse dilema que várias empresas estão a desenvolver roupa interior e adereços para pessoas transgénero. É o Guardian quem as destaca. A Underworks é uma das especialistas em roupas que modelam o corpo, como as cintas — uma das opções usadas para achatar as mamas. Já há roupas preparadas para ajudar no pós-operatório, como a All is Fair in Love and Wear, que apostam em produtos de licra para modelar a silhueta.

Para quem não tem oportunidade de recorrer a cirurgias para alterar o corpo, começam a haver alternativas. Além dos soutiens especiais para contrair as mamas, os rapazes transgénero têm acesso a cuecas com espaço para uma prótese peniana ou com material de enchimento. Para as mulheres transgénero, há cuecas que achatam a região da virilha com um tecido elástico e outras que têm espaço para preenchimento das nádegas, no caso das operações nesse sentido.

“Quando há produtos para ti, isso quer dizer que reconhecem a tua existência”, congratula-se ao Guardian Cy Lauz, uma mulher transgénero. Ela própria criou depois a Chrysalis, uma marca de lingerie para mulheres como ela. Na lista de produtos há cuecas altas para definir a zona das virilhas e anca. Têm um painel interno que ajuda a dobrar o pénis e a colocá-lo entre as pernas. A cintura alta ajuda a realçar as pernas e a figura alta da mulher. Os soutiens têm aplicações de silicone que realçam o peito.  A Bluestockings Boutique é outra das opções. Todas dão para comprar pela internet.

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