Os investigadores do Ministério Público responsáveis pela Operação Marquês vão tentar perceber porque é que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Sonae à PT falhou e qual foi o papel de José Sócrates no negócio. Em resposta a esta (nova) investigação agora conhecida, e que levou o MP a ouvir Paulo e Belmiro de Azevedo, os advogados de defesa de José Sócrates, João Araújo e Pedro Delille, acusaram o Ministério Público de inventar uma nova suspeita sobre o seu cliente.

“O Ministério Público (de acordo com os tabloides da investigação), na sua incansável demanda de qualquer coisa que legitime o processo e a prisão do Eng. José Sócrates, inventou agora uma nova suspeita, desta vez sobre a intervenção do Governo na OPA do Grupo SONAE sobre a PT”, escrevem no comunicado.

Belmiro de Azevedo, então líder da Sonae, acusou o Governo de ter dado instruções à Caixa Geral de Depósitos para votar contra a OPA. Mas João Araújo e Pedro Delille, ainda no comunicado, recordam que “a única intervenção do Governo nesse assunto foi a de instruir o representante do Estado (titular da golden share) na Assembleia Geral da PT a abster-se na votação”. E garantem que: “Esta nova imputação, caluniosa, terá a sorte das demais”. 

Os advogados justificam esta atitude do Ministério Público com o facto de não terem encontrado “quaisquer indícios de corrupção para favorecimento do Grupo Lena ou do Empreendimento de Vale de Lobo” — outros investimentos investigados pelo MP, apesar de terem ultrapassado, “sem qualquer despacho ou justificação, o prazo excecional benevolentemente fixado pela Relação de Lisboa para a conclusão do inquérito”.

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