Os movimentos financeiros que terão facilitado as autorizações políticas necessárias para o acordo entre a Oi e a PT poderão ter partido das construtoras acionistas da empresa de telecomunicações brasileira, após estas terem recebido parte dos 1.200 milhões de euros devidos pela operadora portuguesa, avança o Público. 

Em julho, o jornal já tinha noticiado que o Ministério Público estava a investigar o envolvimento político no negócio, assim como o papel que terá tido nessa operação José Dirceu, antigo chefe da Casa Civil do Presidente Lula da Silva e principal arguido do Caso “Mensalão”, agora também envolvido na operação “Lava-Jato”.

As autoridades policiais que estão a investigar o negócio em Portugal e no Brasil acreditam que os pagamentos, feitos a ex-governantes e gestores brasileiros e portugueses terão tido origem em veículos internacionais ligados aos acionistas da Oi, nomeadamente a construtora Andrade Gutierrez, através de territórios como Angola e Venezuela.

O presidente da construtora, Otávio Azevedo, é um dos réus do processo “Lava-Jato”, um escândalo brasileiro de corrupção que se centra à volta do ex-presidente Lula da Silva e que já levou a outras investigações que estão a decorrer em simultâneo, uma delas com elo de ligação com o negócio entre a Oi e a PT. Otávio Azevedo está a ser investigado por alegados crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo considerado o principal cabecilha do esquema que possibilitou o acordo entre as duas empresas de telecomunicações, em julho de 2010.

O negócio, que precisou de várias autorizações políticas por parte dos governos português e brasileiro, começou a ser preparado em finais de 2007, como resposta à intenção da espanhola Telefónica de adquirir 50% da Vivo, uma empresa brasileira que estava nas mãos da PT e que era o principal motor de crescimento da empresa portuguesa, como refere o Público. 

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