Depois de terem feito ameaças nesse sentido, o grupo de hacktivistas Anonymous divulgou uma lista com mais de mil pessoas que alegadamente pertencem ao Ku Klux Klan, um grupo racista e pela supremacia branca conhecido por ter as suas raízes mais fundas nos estados sulistas e do Midwest dos EUA.
https://twitter.com/Operation_KKK/status/662380844711972865
Ao contrário do que é costume acontecer nas operações dos Anonymous, que obtêm informação ou atuam a partir da internet e do acesso a dados até então secretos, esta ação conhecida como Hood Off (“Abaixo os capuzes”, em referência à indumentária escolhida pelos membros do KKK) foi feita através de entrevistas e contactos com especialistas e fontes, tal como espionagem digital, incluindo conversas na internet com alguns daqueles que agora veem as suas identidades expostas.
“Houve membros [do KKK] que auto-denunciaram as suas ligações ao KKK em várias conversas por chat que tivemos com membros do grupo ou com afiliados ao longo desta operação”, lê-se no comunicado que acompanha os dados que resultaram desta investigação.
A lista, que pode ser consultada aqui, inclui links para perfis nas redes sociais Facebook e Google+. A maior parte dos perfis já foi desativado mas ainda há alguns que continuam disponíveis. Nestes, muitos dos alegados membros do KKK posam ao lado da bandeira confederada dos EUA ou simplesmente postam imagens deste símbolo controverso.
No comunicado, os Anonymous admitem que “esta iniciativa é extremamente controversa e sabemos que vamos ser alvo de muitas críticas por causa desta operação e o nosso trabalho estará sobre um escrutínio intenso”, mas contrapõem dizendo que o KKK é um grupo terrorista:
Estes grupos opõem-se a relações inter-raciais, homossexualidade e imigração ilegal, e têm ao longo da história expressado esta ideologia através de atos terroristas. Queremos lembrar-vos: esta operação não é sobre as ideias dos membros do Ku Klux Klan. É sobre o comportamento dos membros das células do KKK que contêm os princípios elementares do terrorismo (…).
Nós defendemos a liberdade de pensamento e de expressão. Os anons [abreviatura de Anonymous] responsáveis por esta operação não vão apoiar *atos* de terrorismo e *atos* de ódio cometidos contra cidadãos.”