Em setembro de 2013, André Moz Caldas foi eleito, aos 32 anos, presidente da junta de freguesia de Alvalade, em Lisboa, conseguindo o feito de arredar o PSD do cargo. Agora vai ocupar uma das cadeiras mais poderosas do Terreiro do Paço, como chefe de gabinete do ministro das Finanças, Mário Centeno.

O percurso profissional de André Caldas, contudo, não é muito ligado às Finanças. Segundo o currículo publicado em Diário da República, na véspera de Natal, o socialista licenciou-se em Medicina Dentária em 2006, tendo exercido a profissão até 2014. Ao mesmo tempo, resolveu fazer outro curso, o de Direito, na Universidade de Lisboa. Concluiu a licenciatura em 2011 e o mestrado em História do Direito em 2015, tendo ficado como assistente convidado desde 2012.

A inscrição na Ordem dos Advogados está suspensa voluntariamente devido ao exercício de funções públicas desde 2013, altura em que começou a desempenhar as funções de autarca em regime de não permanência. É ainda membro da Assembleia Municipal de Lisboa, por inerência do cargo de presidente da junta.

Em 2013, foi uma das personalidades que escreveu sobre a troika para o livro “Troika Ano II: uma avaliação de 66 cidadãos”, coordenado por Eduardo Paz Ferreira. Chamou-lhe “A desinteressantíssima trindade ou a troika revisitada”.

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Comentador no Económico TV, defendeu um dia depois da queda do Governo de Passos Coelho no Parlamento que o acordo com as esquerdas revelou “o melhor das qualidades de António Costa, que são os consensos”, admitindo, no entanto, que “nenhuma coligação sobrevive sem sobressaltos”.

Antes disso, foi muito crítico do Presidente quando este convidou Passos a formar Governo na sequência das eleições de 4 de outubro. “Não é positivo que o Presidente tenha incumbido Pedro Passos Coelho de dialogar com outros partidos, sem antes serem conhecidos integralmente os resultados eleitorais”, escreveu, num artigo de opinião no Diário Económico. “É a primeira vez que um Presidente da República indigita um primeiro-ministro contra uma maioria parlamentar claramente expressa nas audições dos partidos políticos realizadas. Mas sabemos que Cavaco sempre detestou o Parlamento, especialmente quando era ele próprio primeiro-ministro”.

Contactado pelo Observador, André Caldas não quis fazer qualquer comentário. “É muito discreto”, afirmou ao Observador um amigo, também militante do PS, que o descreve como “um génio, muito organizado e trabalhador”.