O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, está “profundamente consternado” com a execução de 47 pessoas na Arábia Saudita, incluindo um líder religioso xiita, e apelou à calma, segundo o porta-voz da ONU.

Ban Ki-moon apelou “à calma e à moderação nas reações à execução de Nimr al-Nimr e pediu a todos os dirigentes da região para tentar evitar o agravamento tensões sectárias”, disse o porta-voz da ONU, no sábado à noite.

A morte do líder religioso xiita, Nimr al-Nimr, provocou violentos protestos contra a embaixada da Arábia Saudita no Teerão e o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, já advertiu que a Arábia Saudita vai sofrer uma “vingança divina” pela execução de “um mártir” que foi morto “injustamente”.

Após a execução de al-Nimr, algumas centenas de homens e mulheres também se manifestaram na Arábia Saudita, na cidade maioritariamente xiita de Qatif com retratos do dignitário religioso.

O porta-voz de Ban Ki-Moon considerou que os julgamentos que levaram à condenação e execução de Nimr al-Nimr e alguns outros prisioneiros “levantaram sérias dúvidas sobre a natureza das acusações e a justiça do processo”.

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Lembrou ainda que o secretário-geral das Nações Unidas já tinha expresso diversas vezes à Arábia Saudita a sua preocupação relativamente ao caso de Nimr al-Nimr.

O Ministério do Interior da Arábia Saudita afirmou, no sábado, num comunicado, que as 47 pessoas executadas tinham sido condenadas por terem adotado a ideologia radical “takfiri”, juntando-se a “organizações terroristas” e implementando várias “parcelas criminosas”.

Estas foram as primeiras execuções de 2016 na Arábia Saudita, um país ultraconservador que executou 153 pessoas em 2015, segundo uma contagem realizada pela agência France Presse (AFP) com base em números oficiais.