A OPEP anunciou que espera um “processo de reequilíbrio” do preço do petróleo a começar em 2016 porque a acentuada descida das cotações vai fazer com que a produção dos seus concorrentes, como os Estados Unidos, comece a cair.

Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a produção dos países fora do cartel tiveram sete anos de crescimento “fenomenal”, pelo que se espera um abrandamento, o que faria com que a estratégia da organização seja uma meia vitória, apesar de o crude continuar a ser vendido abaixo dos 30 dólares por barril, quando no início de 2014 esteve a 100 dólares por barril.

“A análise indica que o ano de 2016 será orientado para a oferta, em que o processo de reequilíbrio começa”, refere a OPEP no seu relatório mensal de janeiro.

“Depois de sete anos consecutivos de fenomenal crescimento da oferta não-OPEP, muitas vezes superior a dois milhões de barris por dia, em 2016 está previsto que haja um declínio da produção com efeitos profundos no corte do CAPEX (despesas de capital)”, diz o documento.

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O relatório indica que a produção não-OPEP nos próximos seis meses “será sensível à baixa enorme dos preços do petróleo, pelo que o seu ponto de equilíbrio não será capaz de tolerar as condições de preço”.

A previsão da OPEP para o crescimento global da procura de petróleo este ano foi ajustada ligeiramente para cima, para 1,26 milhões de barris por dia (mbpd) para chegar a 94,17 mbpd.

Os preços do petróleo, que estão a cotar-se hoje abaixo dos 28 dólares por barril, caíram acentuadamente nos últimos meses devido à desaceleração da economia chinesa e da perspetiva de o Irão voltar ao mercado após o acordo sobre os ensaios nucleares em julho passado.

O país agora está livre para começar a produzir crude, adicionando a um excesso de oferta, o que – juntamente com a fraca procura e uma desaceleração da economia global – reduziu os preços em cerca de três quartos desde meados de 2014.

No passado, a OPEP tem respondido às quedas de preços reduzindo a produção, mas desta vez a organização optou por manter a operação.

Impulsionada pela Arábia Saudita, a OPEP quer manter a quota e quer retirar do mercado os Estados Unidos que com o seu petróleo de xisto precisam de um preço do petróleo mais elevado para ganhar dinheiro.