O mundo masculino reagiu quando soube, em outubro de 2015, que a Playboy decidira mudar de rumo. A empresa detentora da revista erótica anunciou que o tempo do sexo explícito tinha passado porque bastava um clique num vídeo nas profundezas (não tão profundas assim) da Internet para encontrar “qualquer tipo de ato sexual imaginável”, justificou o presidente executivo, Scott Flanders. E portanto, a estratégia seria outra: sensualidade, sim. Fotografias de mulheres completamente nuas é que não.
Ora, esta quinta-feira surgiu a primeira capa sem nus da Playboy, que chega às bancas dia 12 de fevereiro. Sarah McDaniel é a protagonista e aparece sentada a tirar uma selfie com um filtro semelhante ao da aplicação Snapchat. “Heyyy ;)”, diz-nos ela de cabelo apanhado, cuecas às riscas e uma blusa de mangas cavas, por cima do umbigo e botões abertos no peito. Nu, de facto, não há na capa. Há sensualidade e sugestão – cumprindo a promessa da revista em outubro. A intimidade da modelo de 20 anos está mais protegida do que a de Pamela Anderson alguma vez esteve na Playboy.
Mas isso é na capa. Porque a Playboy não resiste e o anúncio da nova capa vem acompanhada com um vídeo que mostra Sarah no seu quotidiano, desde que se levanta até que decide ir para a cama dormir. É uma rotina muito natural: lavar os dentes, cozinhar, passear, tomar banho, mirar-se ao espelho, dançar, virar-se de um lado para o outro na cama com insónias. Mas de forma íntima. Quer juntar-se a ela? Carregue “play” no vídeo cá em baixo.
A última vez que se pode ver uma sessão de fotografias de nu integral na Playboy foi em dezembro. Foi Pamela Anderson que se deixou despir na derradeira vez que a clássica fórmula da revista masculina (em vigor desde 1953) foi utilizada. Era, a bem dizer, uma aposta algo esperada: a estrela de Marés Vivas já posara doze vezes para a revista de Hugh Hefner.
Agora que passou o testemunho, as edições da nova Playboy vão ser diferentes. Se uma mulher aparecer nua tem de cobrir o peito e o sexo com os braços. E nenhuma das fotografias que resultarem da fase de produção terá influência da varinha mágica do Photoshop. É assim que a Playboy espera modernizar-se, tornar-se “mais limpa”, garante a revista. “As fotos serão mais parecidas com um perfil de Instagram mais atrevido”, explicam no site.