Pelo menos 40 000 pessoas estão a ser deixadas a morrer à fome nas zonas de guerra do Sudão do Sul, alerta esta segunda-feira um relatório das Nações Unidas, num apelo às forças rivais para que deixem entrar ajuda.
Os dados divulgados no relatório da ONU revelam que a situação nunca esteve pior em dois anos de guerra civil, marcada por atrocidades e acusações de crimes de guerra, incluindo o bloqueio do fornecimento de alimentos.
As condições estão a piorar e cerca de 2,8 milhões de pessoas já precisam de ajuda, perto de um quarto da população do Sudão do Sul.
“Perto de 25% da população do país tem necessidade urgente de ajuda alimentar e pelo menos 40.000 pessoas estão à beira da catástrofe”, disseram a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) num comunicado conjunto.
“As famílias têm feito tudo o que podem para sobreviver, mas estão a ficar sem opções”, disse Jonathan Veitch, responsável da UNICEF para o país.
Adiantou que “muitas das áreas onde as necessidades são maiores estão fora de alcance devido à situação da segurança”, assinalando ser “crucial” que as agências humanitárias tenham “acesso sem restrições”.
Há um ano, a fome foi evitada após uma significativa intervenção das agências humanitárias.