O Podemos vai enviar ao PSOE um novo conjunto de medidas que está disposto a discutir para poder formar um governo de coligação à esquerda. A iniciativa do partido de Pablo Iglesias surge no mesmo dia em que o líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, enviou ao PSOE uma carta com cinco pontos onde convida o PSOE e o Ciudadanos a entrarem em acordo.

As propostas deverão chegar ao líder dos socialistas, Pedro Sánchez, na sexta-feira. Isto é, no mesmo dia em que se encontrará com Rajoy.

A matemática criada após as eleições de 20 de dezembro de 2015 assim o dita: o PSOE é o partido mais cobiçado deste momento, sem o qual nenhuma solução de governo pode ser aprovada. Este processo de cortejamento não é, porém, feito sem exigências. Enquanto o PP e o Ciudadanos tentam puxar os socialistas para o centro-direita, o Podemos faz os possíveis para persuadir Sánchez a juntar-se-lhe à esquerda.

Para já, o conteúdo da proposta do Podemos ainda não é conhecido. Ainda assim, o El País escreve que Iglesias vai insistir naquilo a que chama de “agenda social” e na luta contra a corrupção. Além disso, o texto deixa de fazer a exigência de o PSOE deixar de negociar com o Ciudadanos como condição inegociável para os socialistas poderem entrar em conversações com o Podemos — mas ainda assim tenta criar esse cenário. “Iglesias quer que os socialistas se pronunciem sobre questões que, em muitos casos, seriam incompatíveis com os do Ciudadanos e, portanto, o objetivo consiste em reconduzir as negociações para a esquerda, o que, de facto, afastaria o partido de Albert Rivera destas conversações”, escreve o El País.

Além disso, o partido de Pablo Iglesias começa a dar sinais de aproximação a propostas do PSOE. Ao El País, o responsável por assuntos de economia no Podemos, Alberto Montero, disse que o seu partido “pode subscrever as medidas que relativas ao mercado de trabalho” do dos socialistas.

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