O PCP e o Bloco de Esquerda defendem que a opinião da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), de que há “indícios fundados” de irregularidades na privatização da TAP, vem dar razão aos dois partidos, que sempre se opuseram à saída ou diminuição da posição do Estado na companhia aérea. E voltam a insistir na necessidade de se reverter o processo e tornar a TAP de novo pública.

O deputado Heitor Sousa, do Bloco, aconselha o Governo a “valorizar muito bem a decisão da ANAC e a repensar inclusivamente o próprio processo de renegociação da participação no capital social da empresa”, concretizado no início deste mês. Em declarações captadas pela TSF, o bloquista afirma que o partido sempre defendeu que tal negócio era “pôr a carroça à frente dos bois”, uma vez que “partia do pressuposto de que o que estava feito, estava feito.” Ora, esse não é o entendimento do Bloco, para quem “o que foi feito, foi mal feito” e tem de ser anulado.

O mesmo diz Bruno Dias, do PCP, que sublinhou perante os jornalistas que “esta decisão agora anunciada vem confirmar o que o PCP tem vindo a denunciar há muito tempo, das ilegalidades várias deste processo — e esta é mais uma — que vêm demonstrar que esta privatização não podia ter avançado.” Para o comunista, aquilo que a ANAC disse na sexta-feira soma-se a um conjunto de “irregularidades graves” que, no entender do partido, “vêm colocar em questão o conjunto das decisões anunciadas e dos negócios anunciados.”

“Isto é um escândalo, é uma vergonha e de uma vez por todas tem de haver um ponto final na decisão que está a ser imposta à companhia aérea nacional”, rematou Bruno Dias.

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