A exclusão dos menores homossexuais no Colégio Militar, relatada numa reportagem do Observador publicada na sexta-feira, é inaceitável para o Ministério da Defesa que pretende agora esclarecimentos por parte desta organização. Também o Bloco de Esquerda pretende esclarecimentos adicionais, tendo já apresentado um requerimento à subcomissão da Igualdade e Não Discriminação no Parlamento com a intenção de ouvir os responsáveis pelo Colégio Militar.

As declarações do Ministério da Defesa são avançadas pelo Diário de Notícias no seguimento da reportagem do Observador e visam as afirmações feitas pelo Tenente Coronel António José Grilo, subdiretor do Colégio Militar. “Nas situações de afetos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que percebam que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos”, afirmou então o Tenente Coronel.

Segundo o Diário de Notícias, o Ministério da Defesa considera “absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei”. O ministério terá já solicitado ao Comando do Exército – entidade que detém a tutela deste estabelecimento militar de ensino -, “esclarecimento sobre o teor de tais declarações”. Já o Bloco de Esquerda quer ouvir o Colégio Militar no parlamento, apresentando um requerimento para a audição da direção da escola na Assembleia da República.

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