Luís Marques Mendes considera que a semana passada foi diferente na relação entre Presidente da República e Governo, dando conta de alguns “alertas e avisos amigos” feitos por Marcelo Rebelo de Sousa a António Costa. E também acredita que se o chefe de Estado “não quiser fazer um favor político ao Governo, então promulga a lei, ainda que com chamada de atenção”, das 35 horas semanais de trabalho na administração pública.

O comentador e ex-líder do PSD disse, na noite de domingo na SIC, que com um veto político à lei que tem provocado intenso debate político nas últimas semanas, o Presidente “faz um favor ao Governo”. E isto, porque “reforça a unidade dentro da coligação” entre PS, PCP e BE, dá mais tempo ao primeiro-ministro para aplicar a lei (“que é aquilo que ele deseja embora não o diga”) e, por último, porque isso não terá consequências de maior, já que o diploma poderia ser confirmado logo nas semanas seguintes, pela mesma maioria parlamentar.

Quanto à lei em causa, Mendes identifica problemas: coloca o país a duas velocidades, com o público a aplicar um horário e o privado outro, mas também a função publica, com um regime diferente a ser aplicado conforme o vínculo.

O comentador acredita que a última semana marcou uma diferença nas relações entre Belém e São Bento, com o Presidente — que Mendes frisa “não fazer nada por acaso” — a fazer avisos sobre o abrandamento da economia. “Está muito mais preocupado do que o Governo com a evolução da situação económica”, garante o social-democrata, e “não vai em fantasias”, avisa.

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