O PS conseguiu voltar a aprovar esta quarta-feira a audição do ex-ministro Miguel Relvas no Parlamento, para esclarecer a sua candidatura a acionista da sociedade (Pivot SGPS) que comprou o Efisa, o banco de investimento do BPN. O Efisa foi alvo de recapitalização pública durante o Governo PSD/CDS de que Relvas fez parte até 2013, sendo depois reprivatizado. Os socialistas insistem em esclarecer se aquele que foi um dos ministros politicamente mais influentes no Executivo de Passos está agora a beneficiar das decisões do Governo de que fez parte.

A esquerda aprovou a audição na reunião desta manhã da comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, perante a abstenção do CDS, que deixou o PSD isolado no voto contra. Os sociais-democratas consideram que os esclarecimentos que o ministro deu no início do ano foram suficientes. Nessa altura, Relvas também tinha sido chamado a comparecer no Parlamento, mas recusou-se (não está obrigado a ir), optando por esclarecer os deputados por escrito. Foi aí que garantiu não ter tido qualquer relação com o processo de reprivatização do Banco Efisa, até porque as sociedades que venderam o banco estavam na dependência do Ministério das Finanças.

Mas o PS insiste na audição ao vivo e em pessoa daquele que era o braço direito de Passos Coelho, nos primeiros anos de governação, sendo provável que Relvas volte a recusar comparecer, segundo apurou o Observador. O deputado socialista João Paulo Correia não estranha que isso possa acontecer uma segunda vez: “Atendendo à cobertura do PSD, se calhar vai refugiar-se na proteção política para não vir. Esperemos que não”.

O convite para Miguel Relvas ir até ao Parlamento vai ser agora enviado pela presidente da comissão Parlamentar, a deputada do PSD Teresa Leal Coelho, sendo certo que o PS quer que a audição ocorra ainda antes do Parlamento interromper os trabalhos para as férias de verão.

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