O Papa Francisco considerou que “não é justo” identificar o Islão com a violência, e disse que o terrorismo é da autoria de “grupos fundamentalistas”, que são minorias. Durante o voo de regresso a Itália, após quatro dias na Polónia a presidir às Jornadas Mundiais da Juventude, o líder da Igreja Católica defende que “os muçulmanos não são todos violentos“. O autoproclamado Estado Islâmico, esse sim, é que “se apresenta como violento”.

“Uma coisa é verdade: em quase todas as religiões há sempre um pequeno grupo fundamentalista. Também nós os temos“, disse o Papa Francisco. “Todos os dias, quando abro os jornais, vejo violência em Itália, alguém que mata a namorada, outro que mata a sogra. E são católicos batizados. Se falo de violência islâmica, também tenho de falar da violência cristã“, sublinhou.

Questionado novamente sobre o assassinato de um padre em França, o Papa Francisco insistiu que “não se pode dizer, não é verdade e não é justo dizer que o Islão é terrorista“.

O responsável da Igreja Católica sublinhou ainda que o terrorismo é muitas vezes consequência da falta de “ideais” dos jovens europeus. “Quantos entre os nossos jovens europeus é que abandonámos, sem ideais, sem trabalho. Eles voltam-se para as drogas, para o álcool, e vão mais longe e juntam-se a grupos fundamentalistas”, lamentou o Papa.

“Quando se põe no centro da economia mundial o deus dinheiro, não o homem e a mulher, isto é já um primeiro terrorismo”, considerou o Papa, acrescentando que “podemos matar tanto com a língua, como com uma faca”.

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