O PSD afirmou esta sexta-feira que os dados sobre o crescimento económico revelados pelo Instituto Nacional de Estatística são “francamente negativos” e evidenciam “aquilo que o PSD tem vindo a chamar a atenção”: que a estratégia económica do Governo está “errada” e é “imprudente”. Falando em conferência de imprensa na sede do PSD, a ex-ministra das Finanças e atual vice-presidente do partido, Maria Luís Albuquerque, considerou que os dados agora divulgados põem em causa o cumprimento das metas de crescimento até ao final do ano, assim como as metas do défice e da dívida. E que a seguir a isto se segue a “austeridade”.

“Sabemos que quando a economia deixa de crescer se segue austeridade, porque a austeridade é o que resulta da falta de crescimento económico”, disse aos jornalistas.

Questionada sobre se havia condições para Portugal cumprir a meta de crescimento económico de 1,8% do PIB até ao final do ano, Maria Luís Albuquerque considerou que “o atingir de metas de crescimento, défice e dívida fica posto em causa quando o crescimento económico não corresponde ao que se pretendia”.

Segundo dados do INE divulgados esta sexta-feira, a economia portuguesa cresceu 0,2% no segundo trimestre do ano, face aos primeiros três meses do ano, o mesmo ritmo dos últimos dois trimestres. Em termos homólogos, a economia cresceu apenas 0,8%, o ritmo mais baixo desde o final de 2014.

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Para os sociais-democratas trata-se de um retrocesso face ao período de recuperação que se estava a verificar no ano passado. “A taxa de crescimento agora registada foi de sensivelmente metade da que foi registada em 2015”, começou por dizer a dirigente, notando o distanciamento que Portugal está a ter da trajetória de crescimento que se verifica nos países do Euro e da União Europeia.

“Até ao ano passada havia aceleração do crescimento económico, estávamos em recuperação crescente, agora a alteração da estratégia económica reverteu essa tendência”, disse, afirmando que agora a economia vive um período de “estagnação”.

A vice-presidente da direção de Passos Coelho criticou ainda a falta de aposta nas exportações, “que antes eram o motor do crescimento económico”, e considerou que já há provas suficientes para dizer que a estratégia económica do Governo que apostava na procura interna não teve o contributo para o crescimento económico que o Governo esperaria.

Questionada sobre qual seria a previsão do PSD sobre o crescimento económico até ao final do ano, Maria Luís Albuquerque recusou-se a fazer “previsões económicas dessa natureza”, limitando-se a dizer que o PSD “alerta para o que está errado” e que os resultados a “entristecem”, mas “não surpreendem”.