Os atores e ativistas George Clooney e Don Cheadle apresentaram na segunda-feira um relatório focado na violenta guerra civil no Sudão do Sul. Intitulado “Os Crimes de Guerra Não Devem Compensar”, o relatório oferece detalhes que responsabilizam o presidente e o antigo vice-presidente daquele país — que lideram os extremos opostos da guerra — no conflito armado, mas também bancos internacionais e petrolíferas multinacionais.
O relatório em questão resulta de uma investigação levada a cabo pela The Sentry (“A Sentinela” em português), uma organização cofinanciada por Clooney que se dedica a investigar a forma como os conflitos armados em África são financiados.
George Clooney: Deal with South Sudan now, not later https://t.co/lN95UZUj24 https://t.co/1v3qQxfyVT
— CNN (@CNN) September 12, 2016
Voltemos ao Sudão do Sul. Os nomes que lideram o conflito armado no país mais novo do mundo — o presidente Salva Kiir e o vice-presidente deposto Riek Machar — são responsabilizados por atrocidades em massa, ao mesmo tempo que acumulam fortunas.
A investigação de dois anos dá conta da vida luxuosa — que inclui hotéis de cinco estrelas e mansões valiosas — dos familiares de quem ocupa cargos de topo, por oposição à carência sentida por uma grande parte da população. A organização The Sentry descobriu que os “oficiais de topo do Sudão do Sul têm beneficiado tanto financeiramente como politicamente” da guerra civil continuada, lê-se na respetiva página.
George Clooney's @TheSentry_Org says South Sudan leaders get rich from brutal civil war https://t.co/iseu3paXPN pic.twitter.com/rmjIyzFMGt
— PRI (@PRI) September 13, 2016
“Temos a obrigação moral de agir”, disse Clooney esta segunda-feira numa sala cheia de jornalistas internacionais, durante uma conferência de imprensa que se realizou em Washington D.C. “As provas estão completas, são detalhadas e irrefutáveis. Isto envolve traficantes de armas, advogados internacionais, bancos internacionais (…) e é por causa destes atores internacionais que também somos capazes de providenciar soluções para ajudar a pôr fim a este comportamento criminoso para proteger civis inocentes”, continuou.
A guerra civil começou em dezembro de 2013, depois de a independência do país em 2011, e já ceifou a vida a milhares de pessoas, tendo deixado mais outras 2,5 milhões desalojadas.