O presidente do Irão, Hassan Rohani, afirmou este sábado no início da Cimeira dos Não-alinhados, na qual passará a presidência à Venezuela, que a reunião decorre no meio de uma situação em que “a paz está em risco no mundo inteiro “.

“Os membros dos Não-alinhados precisam mais do que nunca de solidariedade, consolidação e integração”, disse o iraniano, que considerou “muito preocupante o que está a acontecer atualmente nas relações internacionais” no mundo globalizado.

Rohani destacou que os países não-alinhados constituem dois terços da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), porque são “uma parte indispensável nas soluções para os desafios atuais do mundo”.

O presidente iraniano assegurou que a “tendência da polarização militar atual está a superar as corridas armamentistas do passado” com a “proliferação de guerras, disputas e a ingerência nos assuntos internos das nações por parte de países que têm poder e riqueza”.

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“Temos visto incidentes muito dolorosos na Síria, Iraque, Líbia que têm ferido e ainda atingem a consciência de milhares de pessoas no mundo”, referiu, considerando o que acontece nestes países um “símbolo da irresponsabilidade das grandes potências”. Em relação a isto, Rohani disse que o Irão “advertiu desde o princípio sobre o perigo do terrorismo jihadista” junto de governos como os do Iraque e da Síria.

“Os países que apoiam os terroristas estão a exportar o terrorismo da Síria e de outros estados desmembrados para outros países”, defendeu e afirmou que as grandes potências “não só não ajudaram a resolver estes problemas como tiveram uma grande responsabilidade” nos mesmos e na “deslocação de populações”.

O presidente iraniano atribuiu também uma parte da responsabilidade a “alguns elementos dos Não-Alinhados, que ao apoiar o terrorismo criaram violência noutros países”, numa referência implícita a países como a Arábia Saudita.

“Eu mesmo avisei na Assembleia-Geral da ONU do perigo do extremismo, terrorismo e violência”, garantiu. Rohani avaliou a presidência iraniana dos Não-Alinhados ao longo dos últimos quatro anos e assegurou que o seu país colocou “especiais esforços na preservação da paz e dos direitos humanos, na sinergia e na consolidação dos vínculos e o entendimento entre os membros”. A XVII Cimeira dos Não-Alinhados começou hoje na Ilha Margarita, na Venezuela, e termina no domingo.