Nove residentes no campo de migrantes de Moria, na ilha grega de Lesbos, foram detidos na sequência de um incêndio na segunda-feira à noite que consumiu várias instalações no campo superlotado sem fazer vítimas.

Os nove migrantes – afegãos, iraquianos, um senegalês, um sírio e um camaronês – são suspeitos de estarem na origem de confrontos que eclodiram ao fim da tarde de segunda-feira em Moria e que conduziram ao incêndio nas instalações, apurou a agência France Press junto de fonte policial.

As autoridades gregas tentavam esta manhã retomar o controlo da situação no local, para onde enviaram 40 efetivos das forças anti-motim.

O incêndio provocou a fuga e refúgio dos seus cinco mil migrantes e refugiados residentes nos arredores do campo, com os media gregos a mostrarem mulheres em fuga com bebés adormecidos nos braços.

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Apesar de a calma ter “regressado”, a “situação é ainda instável”, de acordo com a mesma fonte policial, que explicou que os migrantes e refugiados se dispersaram pelos arredores de Moria e até Mitilene, a principal cidade, no sudeste da ilha, a uma dezena de quilómetros do campo.

O fogo destruiu cerca de 60 alojamentos pré-fabricados, 100 tendas e três contentores que abrigavam os serviços do campo.

“Não é surpreendente” que a situação se tenha degradado em Moria, onde a capacidade de acolhimento de 3.500 pessoas foi largamente ultrapassada, disse à AFP Roland Schonbauer, um representante na Grécia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (HCR).

As autoridades começaram hoje a realojar famílias num segundo campo na ilha, em Kara Tepe, que abriga populações mais vulneráveis e migrantes considerados elegíveis para asilo.

A maior parte das 5.700 pessoas migrantes ou refugiadas que se encontram em Lesbos estão abrangidas pelo acordo entre a União Europeia e a Turquia, que prevê o reenvio para este país de todos os migrantes chegados às ilhas gregas no Mar Egeu, junto à costa turca, depois de 20 de março último.