Na Esplanada dos Ministérios, via principal da capital brasileira, junto ao edifício do Ministério das Relações Exteriores, a dias da cimeira com os chefes de Estado e de Governo que ali terá lugar, a CPLP passa ao lado da maioria.

O taxista Paulo Marcos Araruna, que falava à Lusa enquanto se refugiava debaixo de uma árvore para escapar ao sol quente da primavera brasileira, disse não conhecer a CPLP nem saber da presidência brasileira, mas comentou: “É bastante interessante saber que a língua portuguesa seja representada pelos brasileiros”. “A nossa formação é a cultura de outros povos, como vocês, portugueses, como os africanos, então eu creio que vai poder ajudar”, disse, frisando que o Brasil, ” por ser um país grande”, pode “vir a ajudar esses outros países, como tem feito, dando o exemplo de militares que foram enviados para Angola.

Daniel Alvão, de 48 anos e de pai português, contou à Lusa conhecer “a comunidade de países que falam a língua portuguesa”, mas referiu que não acompanha muito as atividades da organização, dando conta “das possibilidades de trocas de cultura e algumas regras comuns de grafia”.

O brasiliense Onório Teixeira, de 76 anos, desconhece a comunidade, mas opinou que o Brasil pode ganhar com a proximidade com outros países de língua portuguesa a nível económico, porque “quanto mais comércio melhor”, e que o seu país “pode fazer muito” no âmbito da CPLP, “porque é um dos mais ricos de todos”, apesar de a situação económica brasileira não estar boa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A CPLP também é uma sigla desconhecida para a funcionária pública aposentada Zilda da Silva, que acredita que um grupo da natureza da CPLP ajude a “ampliar a cultura” entre os países e também o conhecimento, acrescentando que, para si, como “afrodescendente, é importante saber a sua origem”.

Ursula Pawlowsky, de Curitiba, do estado do Paraná, no sul do país, partilhou do otimismo em relação à “troca de experiências e de conhecimento” que pode ocorrer numa organização do género da CPLP, que desconhece, destacando a “riqueza de informação” e a “diversidade” do Brasil, que devem ser partilhadas.

Em São Paulo, a organização também é desconhecida pela população. Em plena Avenida Paulista, coração da maior cidade brasileira, a Lusa questionou algumas pessoas e todas disseram não saber o que é a CPLP.

O estudante Rauni Souza Ferreira, de 25 anos afirmou: “ainda não sei o que é CPLP, mas vou pesquisar”. Questionado sobre os países que poderiam fazer parte desta comunidade, teve dificuldade em identifica-los, lembrando-se apenas de Portugal e Angola.

Já o segurança Alexandre Ribelato, de 32 anos, contou que tinha alguma ideia do que poderia ser a CPLP e frisou que é bom para o Brasil participar de uma comunidade com outros países que falam português. “Participar neste grupo é válido porque podem surgir novos negócios”, defendendo ainda que seriam importantes os intercâmbios entre faculdades.