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Marrocos. Morte de vendedor de peixe leva milhares de manifestantes às ruas

Este artigo tem mais de 5 anos

Mouhcine Fikri morreu esmagado num camião do lixo que recolhia o peixe-espada que vendia. O funeral atraiu milhares à rua e o caso é comparado ao do tunisino que levou à primavera árabe.

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Twitter/Karim_EH

Twitter/Karim_EH

Milhares de pessoas manifestaram-se em mais de 40 cidades de Marrocos contra o governo do país, na sequência da morte de um vendedor de peixe triturado num camião do lixo. O caso está a ser comparado ao da morte do vendedor de fruta tunisino, em 2011, que desencadeou o movimento que ficou conhecido como primavera árabe.

Segundo a imprensa marroquina, o caso aconteceu na cidade de Hoceima, quando a polícia confiscou ao pescador e vendedor de peixe Mouhcine Fikri todo o peixe-espada que tinha apanhado, por ser proibido pescar aquela espécie nesta altura do ano. Para tentar recuperar o seu peixe, Fikri, de 31 anos, atirou-se para dentro do camião do lixo que estava a fazer a recolha, e foi esmagado pelo sistema de compactação do veículo.

O funeral, no domingo, atraiu milhares de pessoas, e a procissão fúnebre contou com dezenas de carros pelas ruas de Hoceima. À noite, juntaram-se nas ruas de várias cidades do país milhares de pessoas a gritar “somos todos Mouhcine”.

Os manifestantes criticavam a atitude da polícia ao deixar morrer o pescador, mas o governo marroquino já veio negar o envolvimento dos agentes da polícia na morte de Fikri

https://www.youtube.com/watch?v=0ZJmcHbEoaI

O movimento das primaveras árabes começou, em 2011, na Tunísia, com a morte de um vendedor de fruta, Mohamed Bouazizi, também depois de a polícia lhe ter confiscado os produtos que estava a vender.

Ao ficar sem nada, Bouazizi pegou fogo a si próprio no meio da rua e tornou-se um símbolo da luta dos tunisinos contra o governo do país. O funeral contou com mais de 5 mil pessoas e o presidente Ben Ali demitiu-se na sequência do caso.

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