Donald Trump já admitiu recuar em várias das promessas eleitorais, mas não nesta: o muro na fronteira com o Méximo é mesmo para avançar (embora possa ser, em parte, apenas uma vedação) e os imigrantes ilegais são mesmo para expulsar. Em entrevista ao programa 60 Minutos da CBS — que será emitida às 19h00 de domingo nos Estados Unidos (00h00 de segunda-feira em Lisboa) — o presidente eleito admite expulsar dos Estados Unidos entre dois a três milhões de imigrantes ilegais.

Questionado sobre se iria mesmo construir o muro, Donald Trump foi claro: “Sim”. A jornalista perguntou depois se o magnata admitiria que em vez do muro, fosse feita uma separação com vedações, como têm defendido vários congressistas republicanos. Trump respondeu que “em certas zonas” até pode ser feita apenas uma vedação, mas “noutras o muro é mais adequado“. E puxou dos galões desta ser uma das suas áreas de conhecimento: “Sou muito bom nisto: chama-se construção“.

Donald Trump garantiu depois que não vai recuar na promessa de deportar milhões de imigrantes ilegais. O presidente eleito explica que o que vai fazer quando tomar posse em janeiro:

O que vamos fazer é pôr as pessoas que são criminosas, que têm cadastro, membros de gangues, traficantes de droga, e temos muita gente dessa — provavelmente dois milhões de pessoas, mas podem mesmo ser três milhões — vamos expulsá-los do nosso país ou prendê-los, mas vamos expulsá-los do nosso país, porque estão cá ilegalmente.

Durante a campanha, Donald Trump falou em deportar cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais e também fez uma proposta que chamou de “Declaração de Donald J. Trump sobre a Prevenção da Imigração Muçulmana”, em que defendia uma “interdição total e completa à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos”.

Depois da vitória de Donald Trump, o Governo mexicano veio novamente garantir que não iria financiar a construção do muro e o vice-presidente da equipa de transição da nova presidência, Newt Gingrich, quando questionado sobre o muro, limitou-se a dizer que este foi “um grande instrumento de campanha”

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